TÓNICO PARA DEPOIS DA PÂNDEGA

O Governo esforça-se por um novo começo e novas políticas e não pode contar com o ovo no cu da União Europeia. Não sabemos se teremos soluções europeias para a crise do euro. Não sabemos se a montanha europeia parirá alguma coisa que alivie a carga brutal de austeridade que pesa sobre o nosso País e sobre a Grécia. Por isso mesmo, importa que este Governo promova convictamente a racionalização do Estado sem o que não poderemos resistir. Não é uma questão de frieza, mas de reformas e de antecipação. É por isso que enquanto os palhaços socratistas esperam pelo milagre da concertação tardia europeia e a Grécia falha sucessivamente qualquer palavra dada, importa nem sequer falar em perdão de dívida, evitando com o máximo zelo sermos associados a esse putativo cenário a contemplar os gregos. Teremos de ser bons e fiáveis pagadores, escrupulosos cumpridores de acordos, contratos e compromissos, apagando da memória recente dos credores internacionais ter havido um Primeiro-Ministro ébrio de si e que nos empurrou tão a frio para a brutalidade abissal da dívida, sob os juros mais imperdoáveis. Passos e Gaspar transformaram-se, assim, em tónico para depois da pândega sorridente socratinesca, apesar da horrenda sonsice presidencial. Qualquer português com memória, by the way, e dois palmos de testa que costume encontrar o grande embusteiro em Paris não passa sem lhe encaixar um bom pontapé entre as pernas e seguir adiante sacudindo o pó dos sapatos. São as recomendações de dez milhões de tansos feitos por ele de palhaços repletos de facturas e buracos e surpresas de mau gosto.

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