EM LIVRO, ANTÓNIO IMPLUME, MEU MOISÉS PRIVATIVO


António, como meu grande Moisés da Escrita em Livro,
depois da grande Sarça Ardente-Miniscente-Marmelo, que és (Moisés!),
quero declarar-te que continuo ainda em estudo do Decálogo da tua proposta.
lkj
Atravessar ou não atravessar as Águas contigo,
porque as abres com o teu bastão de pau iluminado,
e ser eu lido,
neste mundo, como o Maradona do A Causa Foi Modificada
ou até como o Harry Potter, e tudo isso contigo ou sem-tigo?
Ainda não sei. Preciso de hesitar ainda. Deixas-me?
lkj
Porque se é para a seguir errarmos por quarenta anos no Deserto
e nada sermos senão um Resto Errante, valerá bem pouco a pena.
Prefiro ir mendigar para o mesmo Egipto. Já estou habituado.
Ademais, receio o teu filtro de qualidade sobre mim em bruto, sempre em bruto.
Receio o teu Levítico de normatividade sobre as minhas mãos por lavar
ou o meu sexo menstrualizado de que me não me abstenho religiosamente higiénico.
Receio a submissão dos meus enunciados contísticos ao teu funil-
poda
de Sucesso Garantido best-sellerizador do teu josh.
lkj
Por isso, conservo-me em grande Sábado, meu Shabat de descanso e quase descaso,
contemplando a tua Lei e o Teu blogue novo Em Livro,
Auf Buch, In Book, In Bíblia, à distância de uma transgressão por Baal
ou de uma fugida para apostatar da Lei.
çklj
Talvez, na minha insubmissão ao anonimato, essa cruz que nos desperdiça,
e na minha enorme violência pelo sucesso aclamativo que me desejo,
tudo isso eu alcance, afinal, por um passe de mágica Aladinoso.
Porque eu Amo o fantástico e o Fabuloso e careço esfomeado deles.
Amo o imprevisto e o insólito também
e quero que me aconteçam, a par de esse Sucesso Universal, que buscamos ambos.
Quero que me aconteçam como me poderá acontecer a remota metamorfose de,
de repente, eu,
que adormeço femeeiro,
acordar todo Gay.
O remoto fascina-me. O impossível seduz-me.
lkj
Não ligues, escrevo sob o influxo de génio dos Mamonas Assassinas
e do seu genial e aclamadíssimo Robocop Gay
e estou a testar a minha veia humorística, que aliás é uma artéria,
como atalho mais célere para o tal meu Mega Sucesso Planetário.
lkj
Amo-te, António!
A ti, que regressaste à desafectação do teu próprio discurso,
sem pose e sem poda literária,
e novamente me fazes feliz na cama aconchegante do teu Implumado Blogue.
Abraçadinhos, como antigamente.
klj
Já te tinha dito que te amava? Pois é, amo, amo.

Comments

Pata Negra said…
Depois de ouvir e ver o vídeo e de ler as palavras travêssas e atravessadas do Joshua, não adormeço nem acordo mas fico... fico por aqui.
um abraçado desalmado
antonio ganhão said…
Moisés nunca teria aberto o mar, se não soubesse que os egípcios seriam tão incautos em persegui-lo, não correria o risco de um gesto sem glória.

Consta que os egípcios usavam sandálias… outros usam pantufas, com pompons na biqueira.

Mas, como sempre, adorei a força do teu discurso, mas a verdadeira questão é esta: segue os egípcios se Moisés te assusta, mas agarra-te a nada e sobreviverás, pois os cinco leitores que tenho não te podem trazer a fama.
Joaninha said…
Seu dino literario bestial, se há quem sabe és tu meu amigo. Se é que posso tratar-te assim...
Tiago R Cardoso said…
este ping-pong está porreiro, como espectador estou adorar.
Anonymous said…
... eu comento, eu leio-te e eu admiro-te ... persistência "escritural" que tanta coisa nos lega dia após dia ... fiquei céptico quanto à profissão de fé e de amor ao António ... bem sei, bem sei ...
Blondewithaphd said…
Mas vocês afinal amam-se ou detestam-se? E depois nós é que complicamos! Blonde não perceber nada! Blonde wirklich dumm!

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