CLONE BOY DOLLY DO PM

Quem tiver um pouco de amor pela literatura portuguesa, encontrará na farsa Auto da Índia, de Gil Vicente, uma cómica abordagem à infidelidade feminina na cidade de Lisboa, mais de dez anos decorridos desde o início da aventura oriental, pimenta e canela, quando, armada após armada, se partia da cabeça do Reino, Lisboa, a conquistar, comerciar e a pilhar pelas Índias e pelas Mecas. Levada à cena em 1509. A trama é simples: partido o Marido na armada de Tristão da Cunha, em Maio, a Ama alterna deleitosamente com os pelintras Lemos, ex-escudeiro, e um Castelhano rufião. Um na rua e outro na cama, declara a Moça, sua criada, num aparte. Por falar em alternar, em adultério, em prostituição, em dissipação, a forma de o PS estar nos cargos públicos, toda a genética PS, não cessa de nos surpreender. Criatividade maligna! A notícia a seguir transcrita mostra-se paradigmática: «Um jovem de 26 anos [Pedro Silva Gomes], sem currículo profissional nem formação de nível superior, foi contratado, em Dezembro, como assessor técnico e político do gabinete da vereadora Graça Fonseca na Câmara de Lisboa (CML). Remuneração mensal: 3950 euros ilíquidos a recibo verde. Desde então, o assessor - que estava desempregado, fora funcionário do PS e candidato derrotado à Junta de Freguesia de Belém - acumulou esse vencimento com cerca de 41.100 euros de subsídios relacionados com a criação do seu próprio posto de trabalho.» Público Celebriza-se assim essa insigne prole de Sócrates, a mãe, e de Vara, o pai, com os seus pequenos e grandes clones boys dolly comportamentais. Campeões da incúria, sem qualquer decoro, aspergem toda a espécie de injustiças sobre os cidadãos, escarram sobre eles, ultrajam, devoram, mentem, descuram. E no entanto, pretendem durar, durar muito. Esta gente indescritivelmente má e desonesta, a começar pelo PM, só sairá a pontapé.

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