BPN: JOAQUINS DE PERDIÇÃO
A leitura exaustiva na Comissão de Inquérito Parlamentar, por Oliveira e Costa, de uma versão da sequência de eventos dentro do BPN-SLN até ao facto consumado da nacionalização como aparente último recurso, castiga fortemente a ideoneidade de um grupo de quatro accionistas, incluindo Joaquim Coimbra e Joaquim Nunes, que de urdidura em urdidura queriam desmembrar o grupo em seu proveito. Para além de tudo o que se puder acrescentar para preencher o puzzle-BPN e organizar o labirinto-BPN de toda esta questão danosa para o País, fica a sensação de que Oliveira e Costa está demasiado só nos calabouços de uma prisão preventiva ainda simbólica de mais para ser levada a sério. Dias Loureiro acumula razões para ter vergonha, desautorizado por todos e por todos acusado de mentir, como agora por Oliveira e Costa, é mais um que dos que em Portugal não se mancam e cuja consciência gelatinosa está num ponto sem retorno: «O ex-presidente do BPN, José Oliveira e Costa, está a explicar, na comissão de inquérito parlamentar, por que razão o banco nunca foi vendido a uma entidade estrangeira, alegadamente por acção de "um grupo de 10 accionistas que conscientemente manipularam factos para fazer abortar a venda do grupo."» O depoiimento de Oliveira e Costa sobre Dias Loureiro tem ironia e chove no molhado reforçando uma imagem bem vincada na opinião pública tanto quanto uma ideia sobre alguém pode ficar gravada na nossa psique colectiva: «Oliveira Costa disse que o antigo ministro tem uma "problemática do ego" e que as declarações que prestou na comissão de inquérito "correspondem ao modelo que Dias Loureiro idealizou ser o seu papel na SLN, que tem uma forte componente heróica". O ex-banqueiro disse ainda que Dias Loureiro "suportou a sua versão [sobre a reunião no BdP] numa descarada deslealdade".»
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