EUFEMISMO LELLO OU KRIPTONITE

Sintomático da falta de tino, é aquilo que se ofereceu dizer a Lello quando confrontado com as suspeitas que recaem sobre António Montenegro, pessoa que Lello muito bem conhecerá. Não ter nada a dizer não impediu que dissesse que prostituição «não é muito conciliável com a diplomacia» [sic]. Então o que é? Mais ou menos conciliável, conciliável assim-assim? Na verdade, ainda hoje corrigindo o bom rigor a que Maria de Belém se sentiu obrigada perante as declarações rasteiras de Vital, Lello ficou chocado. Não se detectou o mesmo choque perante mais este escândalo, por enquanto só fumo, em breve, com a devida investigação, o fogo que se antecipa. São como uma praga de coelhos estes escândalos sucessivos, provando a necessidade de o bom senso dos cidadãos activos ser supervisor directo dos cargos dos representantes políticos. É aos cidadãos que os representantes devem prestar contas, demitindo à mais leve suspeita, coisa a que ainda resistem Constâncio, Sócrates e Lopes da Mota: «O embaixador português em Dacar, António Montenegro, foi chefe de gabinete de José Lello, entre 1999 e 2000, quando o actual deputado pelo PS exercia funções de secretário de Estado das Comunidades Portuguesas.Questionado pelo PÚBLICO, José Lello confirmou que António Montenegro foi seu chefe de gabinete. Já sobre a actual suspeita de que António Montenegro está envolvido num caso de prostituição no Senegal, onde está colocado, José Lello declarou: “Esta coisa que lhe imputam, não sabia. Li no jornal. Não tenho nada a dizer. Mas, a provar-se, não é de facto muito conciliável com a diplomacia”.»

Comments

Popular Posts