LOUREIRO, SÓ UM EMBARAÇO A MENOS

Tardou até ao supremo tédio uma decisão autodemissionária da parte de Dias Loureiro. Deu margem a que se pensasse ter ele o PR sob chantagem de alguma maneira ou um respeito nulo pela pessoa e figura presidenciais, para não dizer nula consideração pelos cidadãos. Recentemente colado e plangente no lançamento de uma Biografia encomiosa a Sócrates era mais um sinal que nada augurava de bom quanto a colagens e a oportunismos desesperados a figuras de demasiado poder abrutalhado. Ainda mais quando nem sabemos o que pensar de alguém capaz de dizer a alguém [Oliveira e Costa] uma frase peregrina e caricata como esta: "Veja lá como me trata. Quando me hostilizam eu não sou para brincadeiras". Como escreve, e muito bem!, José Manuel Fernandes, Director do Público: «... em política, como na vida pública, o que parece é. E o que já foi ouvido a várias testemunhas que passaram pela Comissão de Inquérito, designadamente a pessoas como uma imagem de seriedade sólida, como António Marta, do Banco de Portugal, contradiz de forma tão clara, tão contrastante, os seus depoimentos que criou dúvidas que não se limpam com uma simples reafirmação de tudo o que disse. Na opinião pública há, no mínimo, seriíssimas dúvidas não apenas sobre se mentiu ou fala verdade, mas também sobre todo o seu comportamento no caso BPN/SLN. Comportamento ético e comportamento no quadro das leis da República.» Um outro espinho encravado no enfermo Regime Português é a ainda situação embaraçosa de Lopes da Mota para o Governo e para País ao permanecer no Eurojust contra todas conclusões divulgadas e apreciadas pela Opinião Pública. Depois de forçado até ao limite e o limite foi o juiz de instrução criminal, Carlos Alexandre, ter enviado um pedido ao Conselho de Estado a pedir o levantamento da imunidade de Dias Loureiro, espera-se que a divulgação integral do Relatório de Vitor Santos Silva por Pinto Monteiro ou a revelação de mais um quisto moral qualquer na história das 'pressões', portanto, só no limite do insustentável, Lopes da Mota seja posto a andar ou nos faça o obséquio de desenvergonhar nas instâncias europeias e nacionais, saindo por seu relutante pé. A escola de ninguém se mancar, muito PS e muito a cara de esta legislatura, deve dar lugar a outro modo despojado e humilde de estar na vida pública: «Dias Loureiro terá já pedido a sua demissão do cargo de conselheiro de Estado. De acordo com a SIC Notícias, o antigo dirigente do PSD já terá também solicitado uma audiência ao procurador-geral da República.A informação surge depois de ter sido noticiado que o juiz de instrução criminal, Carlos Alexandre, enviou um pedido ao Conselho de Estado a pedir o levantamento da imunidade de Dias Loureiro, segundo avançou hoje o Correio da Manhã.»

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