POR MANUELA MOURA GUEDES
O modo como um Primeiro-Ministro terceiro-mundiza Portugal observa-se à saciedade, bastando atentar nos processos por ele movidos recentemente a alguns jornalistas já conhecidos da Opinião Pública e dos Cidadãos, procurando com isso condicioná-los grotescamente. Coisa inaudita. Inédito recurso. Sinal grosseiro. A sociedade assiste a esta pouca-vergonha impávida e serena, sem um frémito de vómito. Essa bovinidade, uma vez mais, também explica a situação de Portugal na pontita da cauda da Europa a par de doze anos de PS de pântano em pântano. Não lhe bastava, ao sr. Sócrates, criticar o tom do Jornal Nacional de Sexta-feira, conforme fez no Congresso Soviético de Espinho. Tinha também de condicioná-lo, impondo barreiras à normalidade da investigação que nos deu, pobre país!, misérias e descalabros do mais grave envolvendo o sr. Sócrates e muitos dos amigos consabidos que encontramos a ele associados pela Independente e noutras andanças dubitativas do mais dúbio do duvidoso, basta ler por alto a trapalhada mal-cheirenta da Cova da Beira, segundo a investigação também sediada na TVI, nenhuma das quais, investigações, contraditada fosse em que factos fossem. E os portugueses consentem em ser enganados, em ser-lhes sonegada a verdade inteira de como se malbarataram recursos financeiros finitos, Fundos Comunitários, sumindo-se em bolsos misteriosos?! A imprensa tem de ser livre. Uma sociedade com escasso jornalismo de investigação como a nossa está condenada à decadência e à morte cívica mediante convulsões primeiro a medo, em breve com todo o ardor da Rebelião semeada por décadas de desmandos, incúria criminosa com a res publica. A Justiça falha, é subserviente a um poder político que nomeia os seus titulares segundo desígnios sornas e lógicas alheias ao seu escopo essencial?! O que será de nós se ao menos os jornalistas não cumprirem os seus deveres de desenterrar o lodo acumulado pelos políticos mal-cheirentos do Regime?! As fugas ao segredo de Justiça têm sido providenciais para um mínimo de moralização e começo de escândalo pelos escândalos eles-mesmos, os quais são por demais e muito há que se ignora. Espera-se da classe jornalística a defesa intransigente da liberdade de imprensa e a condenação, com manifestações em massa, na rua, todos os dias, de um Primeiro-Ministro que se considera certamente um deus intocável ao colocar processos contra vários jornalistas por fazerem notícia dos aspectos esconsos e pouco recomendáveis do seu trajecto perfurão na política nacional. O comportamento do Primeiro-Ministro é um ataque à liberdade de imprensa, é uma mordaça que visa condicionar e aterrorizar toda a classe. Ora, a falta de solidariedade dos próprios jornalistas para com Manuela Moura Guedes é sintomática da sul-americanização e da selvajaria que deflagra em Portugal, silenciosamente, na sombra, perpetrada por detentores do poder do dinheiro e da influência, mas não da Razão Recta nem sequer da velha Razão que é a marca genética constitutiva do melhor da Civilização Ocidental. Os sanguessugas políticos no Poder e a gentalha mais oportunista e servil medra neste pauís silencioso e lodoso, não já País, mas Pauis. O jornalismo livre não pode ser perseguido e amordaçado. Como é possível que nem uma voz se tenha elevado em defesa da jornalista Manuela Moura Guedes e do jornalismo livre e fundamentado?! Serve tal frieza de diagnóstico da doença de que padece a nossa 'democracia', o estertor do Regime. Já temos a Justiça desactivada e perdida, se os jornalistas se deixam comprar e não defenderem um jornalismo de investigação independente e a sua própria liberdade então será o fim. E é isto mesmo que este Primeiro-Ministro testa com sucesso aparente, dada a dormência e a miséria moral com que alguma Opinião Pùblica pactua. Continuar a ver o alastrar do Medo? Ver a lógica da Mordaça? Assistir ao triunfo descarado da Mentira? Notar que a Falsificação é premiada? Perceber que a Perseguição sectorial é tolerada e bem vista? Admitir que a Pressão não obtém sanção nem dela decorrem consequências? Fingimento de Acção Executiva? Esbulho dos Pobres? Extorsão Fiscal sobre uma classe média exangue e endividada? Ricos muitíssimo mais Ricos? Pobres cada vez mais Pobres? Todos os que se revejam neste lixo anormalóide, neste enganar-nos com o sorriso mais cínico, e o queiram ver a desenvolver-se à toa no nosso País empobrecido porque saqueado faça o favor de continuar a votar com alegria nos seus apoiantes indefectíveis e apaixonados representantes.
Comments
Josué.
A maioria são mesmo abutres.
No dia em que sentirem que o poder irá mudar de mãos vai vê-los a dar bicadas. Mesmo assim em bando, porque nunca tiveram coragem para mais.
Lacaio uma vez, lacaio toda a vida.
Eu não gosto de «anónimos» nem de outros similares que fingem que assinam e não têm sequer perfil disponível, segundo o Blogger.
Eu assino, não me escondo.
O "povo" como tal é acéfalo, sempre o foi, por isso os políticos fazem dele gato-sapato. Mas tudo tem um limite, e a desonestidade extrema do socretino e de "sus muchachos" salta à vista mesmo dos mais broncos. "Enough is enough".
E o "venerado líder" não precisa de ser denegrido: a sua actuação iníqua é bastante para ele se denegrir por completo a si próprio. Ele nem sequer é mau: representa o triunfo da mediocridade, do chico-espertismo, da trafulhice. Ou seja, da pior espécie larvar que rasteja nesta Terra.
É que não há mesmo pachorra!