MORAIS SARMENTO EXISTE

Não leio nesta intervenção de Morais Sarmento qualquer acinte. Pode até ser construtiva. Não fosse o fenómeno Rangel e o descalabro PSD seria manifesto. Só por falta de realismo os dois grandes partidos gémeos do Poder Alternante e até ao momento Desastroso, não perceberão que quer um quer outro, mas sobretudo o PS descaracterizado e prepotente, obterão votações sintomáticas de um certo cansaço da parte do eleitorado nacional. Os partidos da esquerda, os partidos e movimentos minoritários, mas também o PP, beneficiarão de esse profundo e justificadíssimo descontentamento com dois partidos que descarrilaram Portugal do crescimento, da riqueza harmoniosamente distribuída, da convergência com a Europa desenvolvida e, no caso de este PS, dos valores elementares do pluralismo e da democracia praticada. Sócrates e os seus são um deplorável e perigoso pesadelo português. Os directórios europeus dos grandes e ricos países conseguiram impor para Portugal grandes desmantelamentos produtivos e isso tem sido fatal, nem sequer alimentarmente somos autónomos, condenando-nos a uma economia da Praia, do Campo e da Floresta para outros que nem sequer os próprios portugueses fruirem, estância de europeus reformados. Morais Sarmento tem sido muito arguto e incisivo diante de Santos Silva tocando nas principais feridas da legislatura. Tem atacado com a-propósito pleno os PS e tem sido clarividente e autónomo nas críticas que faz mesmo ao seu próprio partido. Se isto atrapalha é mau sinal. Ainda que Sarmento queira existir para o futuro do Partido e do País, forçando a tónica e aparecendo à força, deve perceber-se que não se devem destruir e desprezar os que pensam por sua cabeça seja em que instituição for: «O ex-ministro Nuno Morais Sarmento entrou hoje inesperadamente na campanha para as europeias de 7 de Junho. E logo para dizer que não sentiu nem percebeu as diferenças entre o candidato do seu partido, Paulo Rangel, e o do PS, Vital Moreira.»

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