ABRUNHOSA DIXIT
Há, sempre houve!, um homem inteligente em Pedro Abrunhosa. Minimamente interessante de escutar. Minimamente estimulante para e com quem conversar. Pode ter todos os defeitos do mundo do espectáculo e mais alguns do mundo dos mortais, mas não cheira demasiado a frívolo. Provavelmente faz a diferença no seu meio composto por monumentais bestas cadentes e egos-cloaca, gente demasiado imprópria para decoração de retretes quanto mais para encabeçarem álbuns de "música" ou outros produtos culturais. Leio a entrevista-reportagem no i e este portuense Abrunhosa atrai a minha atenção com uns pormenores afinados com a minha hora presente. É bem verdade que as dores mais dilacerantes, as injustiças mais escandalosas, as traições mais ultrajantes, os gestos mais sacanas, as humilhações mais humilhantes, as mortes mais mortíferas, os colapsos mais abismais, os fracassos mais desesperantes, as ofensas mais aviltantes, sem o paliativo da Arte, pura e simplesmente são inultrapassáveis: «A arte é um exorcismo da dor, da ansiedade. Tenho a sorte de ser músico. Se não fosse essa capacidade, não sei aonde a dor me levaria.» Pedro Abrunhosa
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