ESGAZEADO DO AMARAL
Passou ao lado de uma magnífica carreira como figurante ou mesmo como actor de grandes sagas da Segunda Grande Guerra. Poderia ter entrado no Inglorious Bastards, por exemplo. É fácil imaginá-lo a obter os melhores papéis nos castings mais exigentes para encher uniformes nazi diante de piras com livros. Vai sempre a tempo de uma perninha no País da Representação, uma vez que não representa nada mal os papéis de que o incumbem: dizer, por exemplo, que a TVI de Moniz removeu Santana é genial e ao melhor estilo dos assessores do Primadonna, quando invocam um passado nada virginal para melhor ilibarem o pântano irrespirável presente em que medram e com o qual nos intoxicam. Pais do Amaral traz sempre aquele esgar pasmado, esgazeado, pois arregala muito os olhos por qualquer coisa de nada. Desliza pelos tapetes da vida numa pose de queixo erguido e o braço voluptuoso, compondo uma silhueta "brilhante" para encenações nazis, repito, ou o papel de El-Rei D. Sebastião em mega-produção. Mais a sério, recorda demasiado os líderes da Deutsche Studentenschaft quando proclamavam os seus Feuersprüche contra o espírito antialemão, diante de monumentais piras de livros e multidões ululantes. Só por isso, Pais do Amaral já mereceu um projecto de aforismo, nunca se sabe se a melhor hipótese de epitáfio aforístico, porque, nestas coisas, nunca se adivinha: «Não se deve confiar em pessoas que não confiam em livros.» E é mais ou menos isto.
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sage niemals nie
die Welt ist scheisse
tchüss
Digo eu !