POISONOUS ANFIELD
Mesmo para padrões de desempenho arbitral interno, sempre sorna e hábil, o Benfica pode queixar-se do batalhão-Babel de árbitros infinitos na Venenosa Anfield-Poisonous Anfield, esta noite. A Europa tem um sistema que profissionaliza o erro mais atabalhoado, vê-se. A criatividade benfiquista deverá começar a diversificar os seus velhos álibis e sacos de pancada preferenciais. O sistema europeu protege a valia do produto futebol e é por isso que em caso de dúvida o sistema não tem dúvidas: defende o mais forte. Percebe-se porquê. É a escala. São os números. A demografia. O retorno. O Negócio da China dos direitos, das receitas, do encaixe. Enfim, pormenores a que nenhuma equipa portuguesa deverá resignar-se, desistindo, nem dar tiros nos pés, cavalgando perseguições e queixas, nas instâncias internacionais, como a que o Benfica interpôs na UEFA contra o FC Porto. Não vamos lá a enfraquecermo-nos reciprocamente com as armadilhas sornas do caso Hulk, Vandinho e quejandos. A este propósito pensei imenso na falta que Saviola fez esta noite. A equipa portuguesa também não ajudou. A falta de energia, de arte e articulação entre os jogadores ficou demasiado patente. Misteriosamente apáticos e inconsequentes. O efeito venenoso dos estádios ingleses estabelece uma espécie lei sem excepção, sempre que os defrontamos: empatar/ganhar cá à rasca e perder lá à farta. Podem queixar-se também da má gestão desportiva com o jogo da Naval a travar-se tão próximo de este outro embate. Outros jogos se adiaram ou anteciparam com menos razão. Para competir com ingleses siga-se o padrão competitivo inglês, que não interrompe no Natal nem na Páscoa. No mais, a haver um rolo compressor, infelizmente não é aquele em que se têm ufanado os consensuais media nacionais, repletos de baba em torno de este Benfica. Chama-se competitividade, velocidade, pragmatismo, coisa que se encontra em quantidades substanciais na Premier League do costume. Lamentável este desfecho.
Comments
O povo português é mesmo ingovernável...
cumps