CIDINHA CAMPOS, MINHA IRMÃ
Cidinha Campos é minha irmã. Separados pelo Oceano, mas não nos genes da lucidez nem nos hematomas da alma, falamos, isto é, vociferamos a mesma linguagem sem dar o mesmo espectáculo catártico por impossibilidade logística e dissimilitude de papéis entre o lado de lá e o lado de cá. Cá, também nos impregna uma pobreza contra a qual nos vemos impotentes e toda ela radica nas más políticas e nos maus políticos. Cá, a péssima canalha corrupta passa igualmente incólume a todas as denúncias e processos, engordando pelas décadas, influenciando a seu favor e silenciando as legítimas hostilidades em derredor. Lá, Cidinha Campos, que é minha irmã, ao menos desafoga e assume a voz de milhões. Cá, calam-se e alheiam-se milhões de Portugueses em plena violação económica aos seus rendimentos, aos seus empregos, aos seus direitos. O Fisco português viola os portugueses? Claro. A Banca portuguesa viola os portugueses? Certamente que sim. Eles é que nem piam. Queria vê-la, à minha Cidinha, clonada e multiplicada aqui em Portugal para me rir amarelamente, enquanto tiro a boca de misérias. Não haver quem flagele, como ela, olhos nos olhos, esses Flagelos em Forma de Gente, sempre à tona-esterco, na sua graveolência, como se não fosse nada com eles.
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BFS e aquele abraço