UM COELHO FEDERADOR

Há manifestamente em Passos Coelho um afã de fazer diferente com as pessoas do seu partido que pode não passar de mero formalismo, tentativa de afastamento de um estilo arrogantóide e efectivamente discriminador a todos os níveis, rasto deixado por Manuela Ferrugem Leite/Pacheco Pereira e marca indelével largamente da trupe socratista. "Nós" é o conceito-chave do socratismo, mas um "Nós" restritivo, couraçado, à margem de toda a decência ou limites, dissoluto e dissolvente da ética de Estado e da Ética tout court. Todo o show socratista foi, aliás, plástico, guerra e agastamento estéreis, novo-riquismo pelintra e vazio, propagandesco espectacular, exibicionista, completamente à margem das pessoas e da realidade esfomeada que se instalava. Tive uma namorada  "igual" a Sócrates: um desastre de carácter, insuportavelmente irascível e autocentrada, de uma rapacidade desumana e uma ambição capaz de espezinhar e rebaixar. Nos discursos socratinos, temos sempre o cinismo, o ataque gratuito e imotivado ao PCP, BE, ou ao PSD, o orgulhosamente sós, o autocomprazimento parolo. Gesticula-se ali muito estudadamente: nunca esquecerei a horrorosa mãozinha punheteira do Primadonna, tique gesticular horrendo nos infinitos discursos abomináveis para a parede. Quanto a Pedro Passos Coelho, tenho desconfiado daquela cabeça "liberal nos costumes", ao antever nele nada mais que o lado B do reles socratismo decadente. Não sei se algum dia perceberei que, com Passos, algo de benigno e benéfico bafejará finalmente o meu País tão nas garras de interesses nocivos à sociedade feita de pessoas. Talvez confirme o que pressinto, talvez não. Hoje, ao mesmo tempo que o Estado mirra sob as leis frias do mercado, as pessoas comuns sucumbem à miséria. Devíamos estar fartos de partidos, PS e PSD, que só têm agravado os problemas nacionais no seu Safari devastador de décadas. Caçar o contribuinte e malbaratar o erário público tem sido regra sem excepção. Dentro do seu partido-pivete, Passos Coelho insiste em federar, unir, incluir. São palavras. Linhas de força SOS para um partido-farrapo. Com tal ímpeto integrador, já só falta federar-me a mim, ao Alberto João e mesmo a todos aqueles raros socialistas que corajosamente se afirmam francos dissidentes do socratismo nos seus amplos malefícios anímicos, económicos e decisórios sobre Portugal.

Comments

O Coelhismo é muito pior que o socratismo, caro Joshua.
Coitados dos remediados e pobres deste país, que vão morrer na miséria.

Abraço
Floribundus said…
não podemos estar mais na pedincha.

a actual ditadura actual nacional-socialista transformou em 'lumpenproletariat' os contribuintes do que tentou ser uma classe média.

tudo o resto são passos perdidos porque o problema português é estrutural.

a periferia é cultural e cívica

acta est fabula
Vamos de "miau a piau"

O senhor Coelho tem uma lura na manga, com várias entradas-spa para acoitar os laparotos, cheira-me já a pestilência mais do mesmo

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