A COBRIÇÃO TRANQUILA
Sim, é oficial. Está encontrado o bardo-mor do passos-coelhismo. Só ele para dourar a pílula política em que PPC quer converter-se, bem amargosa, segundo o velho receituário esbulhatório dos pobres, usado e abusado, com os resultados que nos trouxeram até à gloriosa penúria presente. CAA! Até já tem gesta para cantar. O Congresso de Carcavelos, com nuvenzinhas cor-de-rosa e melros canoros: «O melhor do Congresso estava guardado para a última intervenção de Passos Coelho - que, julgo, constituirá a referência maior daquilo que o PSD pretende ser. Foi um momento de ruptura, que pretendeu rasgar dogmas estatizantes já cristalizados. A este nível político, foi o discurso mais liberal que Portugal ouviu desde a morte de Sá Carneiro. Algumas vozes, sempre muito doutas, asseguraram que se trata de conversa de oposição, cujo conteúdo será logo engavetado se o PSD chegar ao poder. Pode ser que sim. Mas Passos Coelho anuncia uma revolução tranquila, feita a favor do País e apenas se o País a quiser - ironia das ironias, aquele que foi denegrido como uma segunda edição de Sócrates inicia o seu caminho para o poder representando precisamente o contrário daquilo que o actual primeiro-ministro sempre quis ser.» CAA
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