A FUGA DO MAIS FORTE

«Enquanto os noticiários da RTP continuam a missão oficial de gerir os danos que a política governamental causa ao próprio Governo, os noticiários da SIC e da TVI não seguem a mesma reverência perante o querido líder. Nos últimos meses, nas aparições públicas que ainda mantém em agenda, Sócrates aparece como um político acossado. A central de propaganda tentou que as televisões não fizessem perguntas "fora da agenda" ao chefe do Governo. Na altura, a RTP e a SIC aceitaram, mas a TVI noticiou o próprio caso. Agora, que há perguntas inconvenientes, Sócrates não responde. Foge dos jornalistas, foge das perguntas à vista das câmaras e dos espectadores. E, como se viu na TVI, às 13h10 de terça-feira, está rodeado de seguranças que empurram à bruta os repórteres quando estes fazem perguntas que lhe desagradam, incluindo sobre as bandeiras. É a lei do mais forte, comentou o repórter Amílcar Matos em directo. A prazo, veremos se a lei do mais forte é a dos "gorilas" de Sócrates ou a da liberdade de o mostrar em fuga. Protegido pelos empurrões dos guarda-costas, Sócrates em fuga realça o carácter de propaganda das mesmas "TV opportunities" de sempre a que ele ainda vai: fala do palanque, com cenário e discurso preparados, repete no final aos jornalistas o auto-elogio que fizera no palanque (que ou é sobre as energias renováveis ou é sobre as energias renováveis) e foge depois a perguntas sobre a crise, o desemprego, as falências, a dívida externa, a possível recessão, as bandeiras em Valença, os prémios do seu Mexia, os casos incríveis em que esteve ou está pessoalmente metido.» Eduardo Cintra Torres

Comments

Diogo said…
Sócrates não precisa de ser entrevistado, precisa de ser fuzilado.

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