EXPRESSO E O DELICIOSO EXÍLIO NABABO SOCRATINO

Eis uma coisa que me reforçou a sensação de absoluta repelência que a figura sacana de Sócrates gera naturalmente. Suprema traição será uma certa forma de vida ociosa que nada, nenhum trabalho, nenhuma carreira, nenhum mérito justificou. Bastou, para tanto, ler a reportagem que o Expresso publicou acerca da vida nababa da referida figura em Paris. Toda a gente fez questão de comprar. Daniel Ribeiro está de parabéns porque é do mais excelso interesse da Pátria ver o que acontece com a propalada Fera a qual, seguindo ferina na furibunda ferocidade com que conduzia dos nossos destinos, deu com os burros na água, mas não perdeu o balanço para gozar com a nossa cara. Também estão de parabéns o outrora ambiguamente socratino Ricardo Costa e o dono da coisa, Francisco Balsemão. Fala-se num monte de bosta, expõe-se o modo leve e feliz como vive e ainda há quem apode tal exercício de apuramento da verdade qualquer coisa de difamatório. Só amantes, órfãos, viúvas e viúvos do Primadonna, para no mesmo passo denunciarem e relevarem a reportagem como se fosse qualquer coisa de grave ficarmos a saber a verdade. O referido figurão foi primeiro-ministro. Auto-exilou-se no bem bom. Nunca trabalhou. Não trabalha e, no entanto, sustenta-se entre delíquios e luxos impensáveis para o comum dos portugueses. Há, nisto, óbvio interesse público na mesmíssima proporção com que ficámos a saber, tintim por tintim, das reformas e rendimentos de Cavaco, após o deslize coitadinho em que incorreu. Sujidade seria desconhecer os factos parisienses e a respectiva felicidade sórdida. Não consigo compreender como foi possível Sócrates concentrar sobre si o que há de mais abominável e segregar no espírito da doxa portuguesa, da psique portuguesa, o máximo do asco e da rejeição. É obra. Não, não é possível invocar para si deontologia nenhuma, nenhuma brandura, nenhuma complacência. Cavaco também não a merece porque por demasiadas vezes se mostra sonso e hipócrita. Sócrates não a merece porque transformou o seu mau carácter natural em qualquer coisa de publicamente nojento, daninho, narcísico, demonstrando à saciedade que, por ele, valeria bem a pena destruir Portugal se com isso ficasse bem assim ou assim na fotografia de que se tornou escravo e perpétuo actor. O Expresso subiu alguns pontos na minha consideração. Não seria admissível que somente o Correio da Manhã, tirando alguns excessos aquém do dos ingleses, fizesse as despesas de uma marcação cerrada e impiedosa à impunidade e à corruptologia portuguesas, sempre ao alto, sorridente, coragem editorial a que mesmo o outrora socratinesco DN, do amigo Oliveira, se vem entregando, e bem. Se observarmos as transformações mediáticas mais recentes, tudo e todos rejeitam com toda a alma e todo o todo o ser essa forma vida que se espraia vergonhosamente ao sol parisiense e que, dado o ócio insultuoso em que chafurda, só pode albergar o máximo de despeito e desprezo e desrespeito pelos demais portugueses a quem tramou: o Sol, o Público, a TVI, a SIC, tudo e todos dizem «não, não e não!» à beatificação espúria e criminosa a que somente os amantes, órfãos e viúvas de Sócrates se entregam. Só eles é que estão bem. Falta o resto. Haver consequências para quem prevaricou contra Portugal. Não haver uma prisão para tanto delito disfarçado agora de ética póstuma, bolçada a partir dos blogues e opinadores acantonados no moribundo socratismo de papel.

Comments

Anonymous said…
“A misteriosa vida….”.
Costuma ir a casa de Carla Bruni, onde as empregadas portuguesas o ajudadam a fazer-se entender em francês. Hilariante. Valeu a pena interrogar os vizinhos, as porteiras, o pessoal do café em frente. Fora o que não se sabe.
Anonymous said…
A gentalha caga-se toda com a perspectiva de passarem 10 anos com Sócrates em Belém.
João Sousa said…
Anónimo das 08:21PM: Val, não sejas tímido/a, assina com o teu nome, já que vens aqui transcrever comentários que escreveste lá na tua chafarica.

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