A TRETA DA CENSURA
Não estou nada preocupado com os supostos maus sinais relativos ao exercício da liberdade de expressão e de imprensa. Preocupa-me, sim, que a imprensa sob a égide da RTP se apresente dissonante com a estratégia económico-diplomática do Estado Português e desalinhe com uma violência e um despudor extemporâneos. Já disse e repito que concordo com a crónica de Pedro Rosa Mendes sobre Angola na Antena 1, mas não com o tom. O tom aliás faz suspeitar uma ostensiva provocação não só à liderança angolana. Também ao ministro Relvas, portanto, ao Governo, portanto, ao seu dever de procurar convergências e vantagens para o País. Não nos cabe julgar as elites angolanas que hoje põem e dispõem. Provavelmente, o Povo angolano tratará da questão que lhe diz respeito a seu devido tempo por pura lógica e natureza das coisas onde a usurpação, a ganância e o roubo pontificaram. Simplesmente, parcerias, negócios, oportunidades, não se esbanjam para maior desgraça nossa. Se houve censura subsequente à farpa suicidária do Rosa, também houve ostensiva colisão editorial com os esforços do Estado Estado português. Portugal está numa situação demasiado séria para se desconversar do essencial.
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