O ATERRO SANITÁRIO DA HIRTA LURDES RODRIGUES
«Impossível que alguém 'importante', neste aflitivo lugar esquecido por Deus, tome a nobre iniciativa de deixar as funções públicas ou privadas — em que se encontra, 'gerindo' — quando estala um sururu judicial. Para já, conclui-se que a Nobreza é coisa mítica, do tempo dos unicórnios, apenas do passado, dos romances de cavalaria, dos livros de história — não da 'vida real'. Depois, é só analisar aquelas mentezinhas avaras e aqueles espiritozinhos ambiciosos: se alguém se demite, isso é sinal de culpabilidade; se alguém sai para que a justiça cumpra o seu percurso, a espera corre o risco de ser longa e insuportável — logo "deixa-me cá ficar no tacho, enquanto ganho mais uns cobres". Isto, admitindo ainda biberonicamente que os visados nas investigações e processos são, à partida, considerados inocentes. Porém o que temos mais visto é isaltinos, névoas, loureiros (dias e valentins), varas, ricardos-rodrigues, conselheiros-imunes e inimputáveis de toda a espécie a permanecer "rijos e hirtos como barras de ferro" nos lugares até não poder mesmo haver outra hipótese senão sair — a pontapé. No caso grotesco dos isaltinos-camarários deste mundo até se põe - segundo juristas — a questão supra-cómica de poderem estar em funções mesmo fechados na prisão (telefonando, mandando, despachando, combinando, comprando, licenciando, etc.). Lurdes e Pedrosos — uma associação socialista mais do que suspeita, cujos fins, verbas e personagens são um enredo que cheira a aterro sanitário a quilómetros de distância. Resta o pequeno Vitorino que, quando era ministro de Guterres numa pasta e num tipo de vida que detestava, aproveitou logo suspeitas fiscais-da-treta para se por ao fresco com manifesto alívio. Provavelmente não restaria muita gente nestes cargos dourados das 'fundações' se tudo fosse devidamente investigado.» Besta Imunda
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