JUSTIÇA POR INTERPOSTAS SÁTIRA E ARTE

Sempre que a Justiça se tornou caricatura e foi jazendo, apodrecida e inútil, na sarjeta das sociedades [o nosso MP é uma sombra triste e capturada sabe-se lá por que Lago Negro da Desgraça, para vergonha da vergonhosa República] — coisa mais ou menos intemporal, mas com picos de escândalo espesso, como o que vivemos  das duas uma: ou se foi fazendo justiça pelas próprias mãos ou se foi fazendo justiça por interpostas mãos na sátira e na arte. «O portuense Largo do Mompilher está transformado num curioso campo de batalha - com um toque de surrealismo e muita ironia. Depois da polémica placa toponímica, em azulejo, que rebaptizou o largo em homenagem a José Sócrates ("mentiroso, corrupto, incompetente, primeiro-ministro de Portugal 2003-2011"), e de a Câmara do Porto ter procedido, na semana passada, à remoção do painel, o artista urbano responsável pela brincadeira já contra-atacou e, no sábado, colocou outra obra no mesmo local: "Proibido afixar azulejos", lê-se no novo painel... de azulejos.» A saída é sempre a mesma: vamos lá forcejando acordar consciências pela Palavra resiliente, movida pelo Amor a Portugal, Palavra de combate por Moralidade. Como Moralidade não há, comem sempre os mesmos e urge romper com isso. Aplauso à azulejaria satírica na minha cidade.

Comments

Anonymous said…
O painel estava soberbo. Ao mesmo tempo, deveriam ter sido produzidos vários outros: "Praça Prof. Teixeira dos Santos - mago das finanças públicas 2006-2011"; ou "Avenida Eng.º Mário Lino" - perito em filologia francesa"; ou "Travessa Manuel Pinho - lidador de touros rubros"; ou "Rua-Particular-ao-Rato Ricardo Rodrigues - grande prestidigitador de electrodomésticos"

Ass.: Besta Imunda

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