ADRIANA, ÁCIDA SUAVIDADE SOBRE A NOSSA RAIVA

Abraçar polícias, pontapear cães, torcer pescoços a gatos, detestar crianças, abortar muitas vezes, atirar-se à maluca para nada. Ser mediático pode ser a festa das festas que faz festinhas. É tudo muito lindo, mas fome é fome, sofrimento é sofrimento, resvalar para a miséria tão simples como resvalar para a miséria. Não há leveza nenhuma em ser levados para a morte social e a desesperança. Moça, Adriana, a tua beldade ruiva e enfatuado espiritual, o teu estado de demasiado bem nutrida incompatibiliza-te desde logo com as dores e os muros de milhares de nós. Foste passear ruivamente, feliz e suave. Foste passear tranquila como quantos se desenrascaram politicamente muito bem às costas dos contribuintes ao longo de anos. Foste passear! Nós, não. Correu bem. Podes até vender-te bem, suscitar para ti entrevistas bem pagas, dada a curiosidade pateta e voyeurista que é tudo quanto medra e prevalece em Portugal. Mas, bem no fundo, tudo isso não passa de uma farsa. Uma farsa que corre o mundo, Adriana.

Comments

zuogmi said…
atirar-se à maluca não sei se terá sido o caso do detido, mas concordo e apoio o resto que dizes
também comentei no artigo do público e fiz fidebeque, mas nenhum deles aparece, porque será?
aliás, a farsa não o é bem no fundo, está bem à vista
Adriano said…
Não menosprezes as flores que nascem no meio das pedras.

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