TRAPAÇA, PODRIDÃO E MENTIRA

«Entre 1995 e 2000, Portugal manteve uma dívida pública, em percentagem do PIB, substancialmente inferior à média da Europa. O grande salto para o endividamento faz-se no período 2000 a 2008, antes da crise internacional. [...] A narrativa que atribui à crise o insuportável endividamento publico português não é apenas uma atrevida e errónea interpretação do passado. Ela serve o desígnio de alimentar a insistência nos mesmos erros de política económica que nos trouxeram à desgraçada situação de falência.» Avelino de Jesus
A podridão do Regime passa pela confusão instalada, pela fraqueza dos actores políticos, pelo seu severo desgaste e erros crassos cometidos. Perante a corrupção política instalada, que um Jornal ou um Blogger ataquem corruptos e mentirosos não nos tem salvado deles, das suas obras, do deslumbrante despesismo bacoco e balofo. Aliás, pelo contrário, confirma-se a cada passo que um Povo também tem sempre o que merece se é incapaz de reconhecer um carteirista prestidigitador no papel de Primeiro-Ministro e até vota nele duas vezes. Daí que seja de menos que se persiga e denuncie ad hominem, quando tudo nasce na falta de carácter de um só que nos dá pão e circo, enriquecendo no processo, e medra até que o pão acabe e o circo colapse. Foram cinco de circo e de pão até ao nosso fragoroso colapso. Repare-se que nenhuma conspiração político-mediática contra a trajectória maligna dos Governos-PS alterou o rumo do voto geral e da bancarrota: não havia alternativa, dizia-se. Passos Coelho, mal e porcamente assessorado no passo em falso da TSU, apanha com a ira geral porque não sabe o que fazer para colocar o País a crescer e para pagar o que se gastou abusivamente com escolas de luxo renovadas e derrapadas, com hospitais PPP equipados e derrapados, com estradas PPP redundantes, derrapantes e portageadas onde ninguém circula a desunir populações e territórios, com computadores para crianças com fome, com cursos instantâneos para adultos sem emprego, com apoios em troca de dinheiro e de votos no PS aos mais carenciados, com apoios com o dinheiro que aparece sempre aos mais capacitados para descobrir e inovar de preferência longe de Portugal, com a peta que pagamos todos os meses na factura pesada da EDP, isto é, taxas para pagar os parques de energias renováveis, com sistemas de burocratização e espionagem da administração pública, com apostas estratégicas no desenvolvimento do conúbio PT-Governos-PS, com a modernização das exportações para a Venezuela e a Líbia, com políticas de negócios estrangeiros ousadas e ambiciosas com a Mongólia e os Paraísos Fiscais, com crescimento do prestígio de Portugal como País cada vez mais qualificado e até vanguardista em certas áreas apesar de tombar numa retumbante e humilhante bancarrota, a terceira em trinta e cinco anos, com intervenção externa. Basta ver que atingimos a ruptura, a bancarrota e a falência, mas as estatísticas oficiais-maquilhadas e matraqueadas pelos Governos-PS são um primor ao registarem que em cinco anos se conseguiu reduzir a pobreza de 29% para 20% e que em 2009 Portugal registava a mais baixa taxa de pobreza de sempre: 17,9%, como se depois cair tudo isso não redundasse nesta queda a pique na desigualdade, no desespero, na emigração maciça, uma vez que quem enriqueceu foi a classe dos amigos, afilhados e enteados do poder instalado. Portanto, que centenas de milhares de portugueses tenham saído à rua exclusivamente para insultar o Gatuno Passos só pode ser piada. Se o Estado, mesmo esbulhando o contribuinte, não consegue fazer face à dívida pública e ao défice, não pode ser um problema de última hora, mas o cumular de políticas insustentáveis e mentirosas dos últimos anos que nos deram cenários e fumos falsos assentes em dívida e não em PIB, assentes em dinheiro que não temos.

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