AS RUAS TRANSBORDAM CONTRA O REGIME



Alguns cretinos de rabo trilhado ousam comparar duas manifestações, a de 12 de Março de 2011 e a de 15 de Setembro de 2012, como se não fossem a mesma, exactamente a mesma, nos fundamentos mais profundos. Foram duas e a mesma manifestação de mal-estar regimental, de saturação pela frieza, ineficácia e perfídia do Poder Político. Ambas foram massivas. Foram ambas apartidárias, transpartidárias, genuínas, nossas. Em ambas, insurgimo-nos quer contra a corrupção, contra o engano demagógico do Governo Devorista Sócrates, quer contra um saque fiscal prevalente para nada e coisa nenhuma, quer contra a impunidade patente nos múltiplos casos arrolando um Primeiro-Ministro de índole mais que duvidosa, um cúmulo na sequência do que, em suma, temos agora assistência financeira externa, um programa de ajustamento, uma Troyka de que carecemos e um Governo com Troyka, os quais inevitavelmente comprimem a nossa existência colectiva a fim de que uma dívida pública de 200 mil milhões de euros, o dobro do PIB, seja paga. Não se sabe como. Temos a existência enquanto Povo minada por antigos incumbentes, os mais daninhos e videirinhos no exercício do Poder que vimos em mais de cem anos. O Regime segregou dissensões horrendas no início do século XX, uma ditadura sufocante por quarenta anos e esta democracia de ladrões políticos imunes e impunes. As nossas Mega-Manifestações podem mudar o Regime, refundá-lo, dar-nos a escolher novas formas e modalidades. 12 de Março. 15 de Setembro. Duas manifestações. Uma só reacção nacional ao Lixo Incompetente e Saqueador a que erroneamente temos chamado Poder Político. Temos muito a temer. Temos razões para temer a miséria que advém por fim de anos de incúria e rapacidade. Sentimo-nos ameaçados. O Regime, por acaso uma República Putrescente, Medíocre, Rasteira, Sem Classe, traiu-nos em quase todos os capítulos e com requintes de obscenidade, incompetência e ranço. O Regime está morto. Podemos escolher outro. 

Comments

É verdade. O regime está morto, só que ainda não está enterrado. Essa será agora a nossa obrigaçâo.
Vamos ver se surgem alternativas que possamos vir a apoiar.

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