SEGURO OU HIGIENE DE VERÃO, EM ÉVORA

Apesar do muro de silêncio e do ambiente partidariamente infecto, Seguro conseguiu demarcar-se quase sempre do PS socratista até ao fim dessa aventura horrenda de que é sucessor. Com o Ladrão Videirinho Reles de Paris só poderia haver uma cabeça, a sua. Seguro abominaria, estou certo, qualquer proximidade com um doente mental ambicioso e megalómano e aliás nunca teria chegado a líder se tivesse sido parte de qualquer desses Governos hoje unanimemente vistos como caminhos de desgraça. Pode não ter a sagacidade suicida do Filho da Puta, mas actua com suficiente responsabilidade já que a Troyka está cá e é preciso tirar Portugal do buraco para onde foi lançado pelo grande amor socratista a eleições ratadas, a grandes luxos, grandes passes circenses para pacóvio ver. Imagino que Seguro fará o que for imperioso para dar sustentabilidade ao Estado Português, mas parece-me desde logo um verdadeiro milagre existir e sobreviver um partido anacrónico, viciado em cunhas e ganancioso para além de toda a medida, como o PS. Maior milagre é que, em Évora, cento e dez jovens supostos militantes socialistas se aprestem e disponham a ouvir a madrinha Edite Estrela, na sua velhice, a debitar inanidades, ou mesmo Zorrinho a falar de renováveis num Estado provavelmente sem dinheiro sequer para tremoços e que já segregou o meu desemprego docente quem sabe redentor do défice para este ano. O melhor disto talvez seja mesmo a bibliografia anunciada que passa pela leitura obrigatória de A Política, de Aristóteles; Manifesto do Partido Comunista, de Karl Marx e Friedrich Engels; Teoria Geral da Política, de Norberto Bobbio; A Liberdade dos Antigos Comparada à dos Modernos, Benjamin Constant; Ensaios Morais, Políticos e Literários, David Hume; Da Democracia na América, Alexis de Tocqueville; A Política como Profissão, Max Weber. Não, não estou a imaginar o Cabrão das Comissões Pessoais por cada Negócio Ruinoso a Portugal, que hoje come champignons au four em Paris, a ler senão a Caras ou a ter prazer em organizar ou permitir que se organizasse uma Universidade de Verão, não acontecesse haver piadas às centenas sobre o Fax Domingueiro, a Licenciatura Ranhosa. Vá que Adelino Maltez, um grande crítico do Assaltante Político em Paris como é, hoje, um grande crítico do Rapazolas Pedro Passos Coelho, pontifique em Évora. Talvez ali se ensine que expelir um tiranóide desqualificado, um oportunista e mentiroso da liderança trapaceira de um partido e de um País é muito mais fácil que apagar com água e sabão as marcas do seu legado merdeiro. António José Seguro seguramente esforça-se por limpar o PS da sua nódoa mais indelével e recente. Não bastava a velha avareza gananciosa de Soares. Tinha de surgir alguém, hoje a chupar vieiras em Paris, sem carreira, sem profissão, sem formação superior, a atirar Portugal para uma situação de falência monstruosa. E rico. Obscena e vergonhosamente rico.

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