A MALDIÇÃO MOURINHO
Aposto que José Mourinho sai do Real Madrid com um ódio brutal quanto a certas dimensões humanas e culturais do real-madridismo, da desarmonia nas relações humanas à multiplicidade de vozes e de opiniões, passando pelas conspirações e malevolências. Coentrão também tem queixas desde o princípio. Cristiano, tanto quanto me recordo, na mesmíssima época em que batia todos os recordes de golos, era insultado de filho da puta para cima, em qualquer estádio espanhol e o insulto vinha embrulhado no facto de ser português. Há um desdém essencial na cabeça de um adepto castelhano. Não há nada a fazer. Isto para dizer apenas que o Real, agora quase sem portugueses, pode foder-se à vontade e sem espinhas que não haverá aqui ninguém a sofrer colateralmente. Será até interessante acompanhar a forma como decorrerá a vida desportiva do clube no pós-Mourinho: todos se recordam dos problemas e errâncias do Chelsea e do Inter de Milão no seu pós-Mourinho. À cabeça, a próxima época que já crepita. A vida competitiva do Real pode revelar-se um desastre de fazer corar o mais ufano aspirante à décima. Aposto que este FC Barcelona, acabadinho de contratar outra espécie de Messi, o ex-Peixe, isto é, o ex-Santos FC, Neymar da Silva Santos Júnior, fará da vida do rival de Madrid um pesadelo ainda mais infernal. Oxalá.
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