CEGO, SURDO E MUDO COM O PORTO

Rui Rio é avarento, de boas contas e vistas curtas, desde que confinadas a uma pista para carros de corridas. Encontrou um Governo que, em matéria de controlo das contas e de avareza, faz precisamente o mesmo à escala do País, praticando a máxima de Vale e Azevedo, um cêntimo é um cêntimo. Não acredito que o Governo Passos Coelho queira «matar» o Porto e a SRU, embora, considerado as questões estratégicas do porto de Leixões, do Aeroporto Sá Carneiro, linha Porto-Vigo, passe muitas vezes por cego, surdo e mudo ao Porto e ao Norte. Do que estou absolutamente convicto é da capacidade negocial de Rui Rio, das suas reservas, do facto de a cúpula do PSD apoiar Menezes para o Porto, de modo que esta questão serve a cada qual na medida em que se tinja o outro do ónus mais embaraçoso. Nesta questão, o certo é que ninguém sai ileso. Recordo que Rui Rio alinha no Manelismo e o Manelismo confrontou-se ferozmente com o efebo Passos Coelho na pré-liderança do PSD. O antagonismo prosseguiu e prossegue. Há velhas feridas políticas que certamente interferem neste dossiê. Quem conhece Rio sabe das suas manias e dos seus impasses-guilhotina os quais jamais reconsidera: com ele, o FC Porto nunca mais foi vitoriado na Câmara Municipal. Com ele, o Governo Passos nunca teve bênçãos, apoios ou benefícios da dúvida. O Manelismo é o Manelismo. E as coisas, em política, quase sempre são o que parecem.

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