SEGURO QUER A LUA E HOLLANDE MARTE
Repare-se bem: estas propostas [fim dos paraísos fiscais] e esta reflexão [concertação social a nível mundial] que Seguro vai segregando e anunciando na Alemanha, na Europa, no Mundo, na esteira das propostas de Hollande, são benévolas e bem-vindas, embora completamente ingénuas. O mundo não é fácil de convencer e a Europa tem mostrado o saco de gatos em que se tornou em matérias que deveriam ser óbvia e expeditamente tratadas. Seguro e Hollande perdem-se na sua generosidade idealista e correm o risco de serem lidos como escapistas internos: enquanto pedem a lua e sugerem o Paraíso Social num contexto global competitivo, cruel e canino, fogem com o rabo à monstruosa seringa dos problemas concretos internos com que nos defrontamos. Desse debate ele não é capaz da mesma forma que Hollande veio a ser, afinal, mais do mesmo, acrescentando o rabo entre as pernas lá, onde Sarkoky prometia espernear. Entre o onírico e o tenro-ingénuo, não se pode exigir que o Governo Passos caia para dar lugar a isto, este pairar idealista no Melhor dos Mundos Possíveis do Cândido voltaireano. Depois há outros perigos em fazer cair um Governo para dar lugar a isto: atente-se na petulância futrica de um Galamba ou na lata tenebrosa de um Lello e estamos conversados em matéria limpeza mental, honestidade intelectual, fecundidade académica, para não falar de propostas e ideias prontas a ir a debate no País Real. Num território de boçais com raiva, a Esquerda Impostora que habita essas cabeças deve ser o céu. Do metano.
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