NOTAS SOBRE O PS E A SUA MISSA DE ESQUERDA
Vamos lá ver se nos entendemos: Portugal só tem de se queixar dos bloqueios corruptos e tacticistas do PS e, agora também, do activismo falido e curto-prazista dos seus sindicatos, sempre dispostos a matar a galinha, os ovos e a ração, com estas greves que se antevêem no horizonte. O PS não passa de um Partido-problema, preso de movimentos e encalacrado pela ganância dos que o controlaram recentemente. Pode ter fodido largamente com Portugal, mas não o reconhece nem pede desculpa por isso. Vai em frente. Ao ataque. Nunca imaginou que um Gaspar lhe aparecesse pela frente afirmando as horrendas responsabilidades pela situação financeira e económica pré-resgate. Mas o PS, os seus deputados, as suas inanidades, têm um discurso absolutamente desonesto quer sobre a Crise, quer sobre o seu papel activo na sua génese. Não foi o PS que governou com gula, sofreguidão e um espírito comissionista e controleiro dos dois últimos Governos. Foi crise internacional que encalacrou Portugal. Não foi o PS a apontar para mais despesa, mais novo aeroporto, mais TGV às moscas, mais Parque Chular com items de luxo, mais PPP rodoviárias, mais ajustes directos pré-eleitorais, mais dinheiro atafulhado na indústria de petas, de marketing político e soundbytes ao serviço do optimismo e da dormição das massas imbecis. Foi a rejeição pela Oposição do PEC IV, após o Golpe de Estado Teatral de Cavaco, na cerimónia de empossamento do nove de Março, 2011 e na sessão solene do 25 de Abril do mesmo ano. Não foi o PS que colocou em maus lençóis a credibilidade externa do País junto dos mercados e das instituições internacionais financeiras: a gestão incompetente deste Governo, projecto oculto de empobrecer os portugueses, é que é a fonte de todas as nossas agruras.
Sócrates, o abominável Homem-Merda, criminoso político de baixo quilate é mais um que, agora travestido em comentador, procura lavar-se todos os Domingos da imundície horrorosa que promoveu, praticou e foi, Missa de Esquerda da Boca Para Fora. Um País encalacrado, tramado e sufocado pela linha trágico-socialista? Claro, mas para os narradores da própria inocência, a culpa é sempre deste Governo. Um País até aqui governado segundo o desígnio mesquinho próximo-eleitoral e não o da sustentabilidade e das boas contas?
Claro, mas os dois últimos anos é que estão completamente errados. À volta, ruído, conspiração, malícia, injustiça, descabelamento, com criminosos, corruptos, aqueles que acedem aos media quando querem, como querem, a contribuirem para a grande nuvem de merda e confusão que mais lhes convém.
Porém, não se pode perder a memória: Sócrates fodeu com Portugal fria e alegremente. Fodeu-o com descaro por ser um mau carácter. Fodeu-o porque pôde. Porque se rodeou de almas gémeas um grau abaixo da sua sem-vergonha pois não queria parecer foder o País sozinho, que até parecia mal. Fodeu Portugal apertando os colhões ao pluralismo no PS, submetendo as suas damas e os seus barões com o absolutismo dos déspotas. Tudo em silêncio, pôde desbaratar, usar de dolo e malícia, despeito e insolência fosse pelos demais partidos, fosse pelo Ministério Público, um brinquedo com um fantoche nas suas mãos, Pinto Monteiro. Num País que não crescia nem gerava riqueza, PIB, tornou-se ele próprio rico, cevou os amigos. Todos os recordes de decisões estranhas e em contra-ciclo, dada a Crise instalada, adjudicações, ajustes, negócios, manobras, movimentações controleiras nas administrações dos bancos, todos os bancos, tudo isso foi possível e tudo fez para deter na palma da mão um imenso poder chavista. Os media, nesse transe, foram outra Merda Colaboracionista: acríticos, subservientes, fretistas, fracos, covardes, responsáveis em grande parte pelo prolongamento abominável do Homem-Merda no Poder exercido sem honra nem grandeza nem custos de popularidade do lado da decisão, senão do lado da pesporrência, da histeria, do controlo abusivo de tudo e de todos, da concentração africana, sul-americana, da Coisa Pública na sua excelsa e incontornável pessoa pública. Uma fase horrível da vida pública em liberdade em Portugal. Uma fase horrenda de total ausência de escrúpulos num cargo público.
E ninguém foi para a prisão. A gestão danosa de Portugal dá prémios e sinecuras. Constâncio foi para o BCE supervionar como um super-herói da eficácia e da competência. Sócrates é comentador na RTP, entretido num obsceno vaivém semanal Paris-Lisboa, malicioso e incompetente enquanto Primeiro-Ministro, incompetente e malicioso enquanto comentador. Estica o dedo acusador a Cavaco, o grande insultado do Plutossocialismo, e a um Governo que pelo menos, em dois anos, reverteu a descredibilização em deixara o País. O Homem-Merda e todos os homúnculos-merda do Partido Socialista não constroem nada, não debatem nada. O que fazem é atribuir todas as culpas à Crise Internacional, à morte da era dos PEC rechaçados por toda a Oposição, à Troyka, com a qual nada têm a ver, mesmo gorada a esperança Hollande, o qual, tal como o Executivo Espanhol, se lhe submetem oficiosamente. Sim, todos sofremos por causa da Austeridade e do Resgate, mas esse sofrimento era necessário e nasceu como efeito da gestão calamitosa socialista do Estado Português até ao momento do Resgate. Para o PS não existe causa e efeito. Só efeito e o efeito nada tem a ver consigo. Mas seria bom mudarem de estratégia, de narradores e de historieta, abraçando a realidade e acolhendo suficientemente um olhar autocrítico honesto senão a pensar nos benefícios eleitorais ao menos de olho nos benefícios objectivos de uma boa leitura dos desafios com que nos confrontamos e nalguma redenção pela História.
Ainda há semanas, Gelatina Seguro enrouquecia por eleições antecipadas. Hoje desliza em silêncio, a média luz e a média voz. Menos mal. O pior são os outros em torno: nunca acabaremos de espancar com os argumentos da História Recente e da Culpa Evidente esses nababos socialistas cuja memória é demasiado curta e o dedo acusador demasiado longo. Um Partido Socialista mentiroso e desonesto, tacticista e hipócrita pode seguir solitariamente a sua via populista e demagógica. Vá, PS, vai lá ganhar eleições com o teu canto das sereia e as palmadinhas nas costas populares tipo «connosco não vai doer» ou «acabou a austeridade» que não acaba nem pode acabar. Quem é que suporia possível qualquer forma de convergência e consenso com um cortejo de mentirosos crassos, grosseiros incompetentes na sua ladroagem reles e contumaz?! Houvesse colhões para lhes dar ordem de prisão, saneá-los das administrações públicas, varrer toda peçonha conspirativa do Parlamento, das Empresas Públicas e talvez então, finalmente, Portugal começasse a respirar sem auxílio das máquinas, saindo do longo coma a que estes vampiros o induziram. É uma pena que o Governo PSD-CDS-PP não promulgue uma lei anti-enriquecimento ilícito que escrutinasse retroactiva e escrupulosamente as contas bancárias de todos estes caramelos danosos, crivando cêntimo a cêntimo, offshore a offshore, todos os movimentos bancários socialistas em década e meia de desmandos decisórios, estagnação económica do País, ilimitada prosperidade dos amigos e correligionários. Havia imenso dinheiro nos anos Sócrates atirado para a fogueira psudo-keynesiana de conveniência e de bolso. Onde pára ele? Por que é que não sentimos nada nas nossas vidas, na economia, no PIB? Bem pelo contrário. Por que motivo Portugal tem mais carros de luxo em média que a maioria dos países do Euro? Por que motivo terei de ver a minha geração condenada entre o desemprego e a ausência ou compressão do subsídio de desemprego? Como se vive com 323 euros/mês, Abominável Homem-Merda?! Explica-me como se eu tivesse quatro anos.
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