CONTRA OS HIPÓCRITAS CONSPIRATIVOS
No fundo, a democracia anda na boca dos socialistas para significar conspiração, agitação, perturbação política, ganhar o jogo democrático na secretaria. Podendo usar a tecnologia para a comunicação livre, multidireccional, instantânea de todos com todos, nem por isso a usamos para nos unirmos contra o egoísmo de uns poucos, para a partilha de recursos, perdidos entre os assédios e namoros virtuais e o farmville. Poderíamos fazer muito mais. O que nos move contra alguns políticos e partidos é o resultado dos seus maus exemplos. Corrijam-se os maus exemplos, punam-se os abusadores, as largas impunidades, e a classe política passará a ser respeitada. O que vemos é absolutamente o zero nesse domínio, transmitindo a ideia de que o crime compensa. O Partido Socialista nada faz para se purgar dos corruptos, dos omnívoros, dos tachistas, dos oportunistas, dos suínos da opinião facciosa conspirativa, quanto pior, melhor. Nada temos contra a democracia, mas a democracia não é ver sacanas ao alto, intocáveis, postos em sossego, apesar do sofrimento que causam a milhões de cidadãos dos quais não curaram, curando em exclusivo das suas comissões por mais uma PPP rodoviária. Democracia com injustiça, com roubo e corrupção leva à raiva de milhares de cidadãos. Ver a conspiração quotidiana dos soares, dos sampaio, dos alegre, dos cromos colocados em sinecuras, os quais falam com insolência e deslealdade institucional de todos os esforços para extirpar as razões da nossa crise – leva à raiva de milhares de nós. Ver na crise económica o rasto da decadência devorista desses socialistas nada puros, nada limpos, nada abnegados, instalados no Regime como numa poltrona – gera raiva, abominação, horror. Ver os socialistas e os barões da opinião dita de Direita, mas afinal só com estômago, na sua incomodidade perante todos os caminhos reformistas – conduz à raiva e à impaciência não anti-democracia, nem anti-políticos, só anti-filhos da puta, anti-hipócritas, anti-vendidos. Seis anos de socratismo, seis anos de assédio mediático, seis anos de populismo charlatão, bastaram. Agora, hipocritamente, muitas dessas ténias falam em queda do Governo, em apodrecimento do Governo, e num projecto eleitoral alternativo, como se fosse possível fazer oscilar a palavra dada aos credores e não lhe sofrer as consequências triplamente gravosas. O queê, querem eleger minoritariamente o Gelatina Seguro e federar a Esquerda Portuguesa para governar ao Centro, contando com o ovo no cu da galinha? Que Esquerda? O que faremos com o síndrome minoritário de Esquerda? Com a impotência sistémica e bloqueadora de Esquerda? Aonde nos conduzirá a violência de Esquerda? Poderemos regressar aos governos dos ajustes directos em anos eleitorais e dos cheques gordos só para os amigos?! Arrogância e insolência insinuaram-se na coverseta quotidiana dos conspiradores já velhos e decadentes, mas cientes de que o poder chavista da sua influência está a terminar. Sim, os soares e equivalente. Não há nada no PS que sirva os desafios globais que se nos colocam. Nada que permita a sobrevivência e a reedição do conservadorismo chupista e vampirista dos socialistas instalados no Regime. Nada que reponha e mande regressar o provincianismo comissionista do Parisiense Devasso para regressar à mesma irresponsabilidade que abriu caminho ao tubo de ensaio da Troyka em Portugal.
Os filhos da puta da intolerância e da conspiração andam com a democracia na boca. Não nos deixemos enganar: não há nada a esperar dos sousa tavares assolapado na cegueira das suas lealdades rasas. Não se pode confiar nos sampaios e na sua miopia. Não se pode ouvir nem tolerar a converseta trágica e fim-do-mundista dos soares. O único problema político com que nos deparamos é continuar a dar um sinal de firmeza aos investidores internacionais e aos mercados para que as taxas de juro baixem progressivamente. Estes são os melhores tempos para não mexer para não estragar. Querem aperfeiçoar a democracia? Façam justiça e punam os corruptos. Exijam que a Banca Cretina saia de cima dos cidadãos, acabem com as penhoras assassinas, criem folga e liberdade às vítimas dos sinais consumistas do passado, hoje aprisionados de dívidas. Amnistiem o bolso dos cidadãos, alavanquem as famílias. Não cedam ao canto de sereia dos veteranos do Regime: o que desejam é que tudo continue como está, a mesma corrupção, as mesmas cartas viciadas, a mesma paralisia económica. Libertem dos merdas. Libertem-se do fermento conspirativo dos mesmos, sempre os mesmos a falar.
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