OLHEMOS DE FRENTE A MALÍCIA DOS SOARES
«Portugal precisa agora (não está em causa se já poderia ter feito mais por isso) de inverter a tendência do crescimento económico. Precisamos crescer e preferencialmente acima dos 3%, precisamos diminuir o desemprego e não temos dinheiro que outros têm para estímulos económicos. Precisamos então que esta tendência de descida de taxas de juro continue, pelo menos até aos 3% ou aos 2,5%.
Mas as taxas de juro não baixam por decreto, como por vezes alguns discursos políticos fazem parecer, o juro é a tal medida de confiança, da percepção do risco de quem nos empresta. Precisamos de políticas que continuem a satisfazer os critérios dos nossos principais credores actuais de forma a conseguir essa redução nas taxas de juro porque essa será a única forma de, conjugada com estímulos não monetários, podermos esperar que a economia comece a crescer e que o desemprego diminua.
Curioso, e felizmente, esta pretensão de uma baixa nas taxas de juro acompanhadas com crescimento económico é consensual nos principais partidos que nos governam e que nos continuarão a governar. Claro que há uma crispação política sobre a operacionalidade destes objectivos, uns criticam o excesso de austeridade como impeditivo ao crescimento, outros insistem em passar menos cheques por forma a manter a tendência das taxas de juro.
Uma coisa temos que ter consciência, a nossa dívida continuará a aumentar nos próximos anos e só será sustentável a um preço baixo se a economia do País crescer. Nestas ideias até há consenso, as pessoas é que não se entendem, muitas vezes sabemos porquê e não é pelas melhores razões.» Miguel Pimentel
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