PELA BOCA MORRE JEROEN DIJSSELBLOEM
Azar, descuido, precipitação e atrapalhação, tudo isto e muito mais tinge de desastre o papel de Jeroen Dijsselbloem enquanto presidente do Eurogrupo. Porque o desastre está ao virar da esquina e caminha paralelamente a qualquer frase desavisada que lhe transcorra os dentes, todos suspiram ou por que cresça e apareça [é demasiado jovem] ou por que se cale o mais possível. Quando fala, estraga. Quanto ao que nos elogie neste 'ajustamento', cumpriria lembrar Dijsselbloem de que nós, portugueses, agonizamos. Mais de dois mil vivemos nas ruas de Lisboa, outros milhares de nós, silenciosos, já não temos nem água, nem luz em casa, por falta de pagamento. A nossa coragem é a nossa impotência e, se formos honestos, não podemos imputar quase nada aos que hoje governam. Devemos imputar a maior parte do nosso sofrimento às canalhices que antigos governantes trilharam durante muitos anos: estradas, rotundas, estradas e mais estradas, comissões e mais comissões políticas por decisões políticas sempre no mesmo sentido, dívida e mais dívida. Acabou. Teria de acabar. Quem sofre e quem paga somos nós, que já éramos pobres e mais pobres ficaremos.
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