NA ALDEIA
Faz neste S. Martinho quatro anos que, pelo tempo de varejar os castanheiros, se passou o que vou narrar nos bens do tio João da Serra, lavrador que enceleira não menos de trinta carros de pão em anos fartos, e envasilharia dez pipas de vinho se a moléstia das vides lhe não tivesse há muitos anos convertido o lagar em uma arca para onde se atira tudo, menos uvas no tempo. Na trave penduram-se agora os ensinamentos e as palhoças dos moços. Na pia arrecadam-se os fueiros, os vimes das ataduras, o aparelho da égua, e quando Deus quer, por não haver mais para que ela sirva, as canas de amparar as dálias no quinteiro e as estacas no faval.
A abegoaria do tio João é bucólica como um quadro de Leopold Robert ou uma paisagem do Sr. Thomaz da Anunciação. Nada lhe falta: nem o enorme alpendre do palheiro com a sua escada exterior e os seus postiguinhos de portas corrediças, nem as paredes musgosas dos currais, nem o carro de mato por descarregar a um canto, nem o bezerrinho que pula, nem o boi que rumina pachorrentamente tendo voltado para a gente a sua fisionomia de boa pessoa, nem a pia aonde se traz o gado a beber, nem os bácoros que bufam por baixo da esburacada porta do eido.
Era uma tarde de domingo, sem o sol no céu, sem aves na terra, sem a vaga harmonia do trabalho ao menos! Era uma tarde profundamente triste como são na aldeia as de todos os domingos de Inverno.
As nuvens esfarpadas pelo vento do sul passam rapidamente deixando ver a espaços fugitivos o azul do céu. Por baixo das ramadas pançudas que rodeiam a casa, no solo formado de mato empilhado e folhas secas, empoçam-se as pegadas como numa enorme esponja embebida em lágrimas. Os galhos das árvores inteiriçados e denegridos baloiçam violentamente alguns pobres pardais que piam de fome desesperada, despegando com o bico as penas do peito, e sacudindo em estremeções as asas encharcadas em chuva. A luz é tão escassa e tão cinzenta que as galinhas já não vêem às quatro horas da tarde, e estão esperando que as recolham, à porta da capoeira, imóveis e arrimadas umas nas outras.
Pedro, um dos criados de João da Serra, simpático rapaz, de melancólicos olhos pretos, e faces mal assombradas ainda da penugem dos dezoito anos, estava sentado no bordo da eira que entesta com a abegoaria, com as mãos nos bolsos das calças e as pernas ao dependuro, abstraído, imóvel como a estátua da tristeza, que aí tivessem posto a olhar para a roda da azenha, que lá em baixo, no fundo do vale, se estava debatendo e chorando no rio.
Em que cismaria o pobre moço?...
Enjeitado, e não sabendo ler nem escrever, que memórias teria ele no seu coração e no seu espírito? Que desacompanhada tristeza não seria essa!
Acordou de tão desconsolado enlevo quando a filha do tio João da Serra, tendo-se aproximado sem que ele a pressentisse lhe bateu no ombro e lhe disse sorrindo, como quem lhe sabia o segredo:
— Deixa-te disso, Pedro!
Ele ergueu a vista, cravou-a por algum tempo nos grandes olhos meigos da filha do tio João, e tornou-lhe tristemente:
— Não posso, Margaridinha, deixar-me disto, não posso! Se a vejo sempre! sempre, por toda a parte, dentro e fora de mim, como se a Margaridinha viesse do céu para me dar tudo o que Deus me não quis dar quando eu nasci! para me servir de mãe e de pai, de consolação e de alegria... a mim que não tenho pai, nem mãe, nem soube nunca o que era o contentamento de ser acalentado por quem me quisesse bem neste mundo!
Havia uma tão profunda convicção nestas palavras, conhecia-se tanta infelicidade na raiz dessa singela declaração, que Margarida voltou o rosto para enxugar furtivamente os olhos, e disse como para fugir daquela situação:
— Deixa-te de coisas tristes! vem daí, anda! vamos varejar um castanheiro, que meu pai quer ajustar hoje oito razas de castanhas como as que lá estão no celeiro, para mandar à feira de amanhã.
E dizendo isto, pegou a rapariga em dois cestos que pousara no bordo da eira, e galgando airosa e leve um pequeno muro, tomou, acompanhada do moço, pelo caminho dos castanheiros seculares, que pela encosta ostentavam as suas enormes frondes carregadas de ouriços.
Pedro voltou muito outro do que fora. Ria-lhe a felicidade no olhar como ri uma bandeira a uma janela em dia de festa.
À noite, quando ele saía da parte da casa em que está a cozinha e onde habita a família do tio João, para passar ao seu quarto, que ficava, como o dos outros criados da lavoura, em casa fronteira e separada daquele pelo espaço da abegoaria, saiu-lhe ao encontro Margarida.
A pobre rapariga parecia querer falar, mas não pôde. Abraçou-o pelo pescoço, e fugiu abafando os soluços e deixando a face de Pedro húmida das lágrimas dela.
Pouco tempo depois era voz pública em toda a freguesia que andava coisa de outro mundo em casa do tio João da Serra.
Com quanto ninguém tivesse visto o avejão, sabia-se que por altas horas lá se ouvia o rir e o cochichar das bruxas a discutir seus malefícios, sentindo-se depois, ao cair da meia-noite, uma pancada como de corpo morto que desabasse de cima de um telhado no chão.
E a esse baque correspondia o grito medonho de uma coruja na torre da igreja e o uivar agourento de vários cães.
Diziam uns que era a alma do escrivão da fazenda, que vinha ao mundo a requerer missas para poder despenar-se do fogo do purgatório e entrar no céu descarregada do que roubara aos pobres. Outros estavam ainda mais por que fosse o espírito de Luísa dos Moinhos a pedir em casamento um proprietário da terra, que ao pai emprestara três centos de mil réis e a ela matara de amor desprezado.
Como quer que fosse, na casa do tio João andavam todos tolhidos de medo, e nas redondezas dela não passava ninguém depois das ave-marias, sem se persignar e fazer o credo em cruz.
Tinham decorrido cinco meses depois do varejo dos castanheiros, quando uma noite o tio João se sentou à mesa da ceia mais taciturno que nunca.
Algum caso bem extraordinário se devia ter passado, pois que o tio João, pela primeira vez durante a sua existência de setenta e nove anos, deixava de comer nessa noite!
Acabada a ceia ergueu-se o velho, e depois de certificar-se de que todas as portas estava fechadas e que ninguém de fora o ouvia, disse grave e energicamente:
— Margarida, hás-de dormir hoje no meu quarto, ao pé de mim e de tua mãe.
E como a rapariga, já de pé, empalidecesse de súbito, e se recostasse à mesa para não cair:
— Segura a tua filha, Teresa, prosseguiu ele falando com a mulher; segura-a tu, que já não pode ter outro amparo, nem na terra nem no céu, essa infeliz!
Depois que as duas mulheres saíram, João, a sós com o irmão mais velho de Margarida, pegou em um clavina que estava a um ângulo da sala, tirou da algibeira um cartucho que mordeu, carregou esmeradamente a arma, escorvou, raspou a unha do dedo polegar no gume da pederneira, e disse ao ouvido do filho, tão baixo que só ele o pudesse ouvir:
— Vai para o quarto da Margarida. Alta noite há-de alguém abrir-te as portas da janela... Não tenhas medo, sossega que não são bruxas! É um homem. Entrego-to, porque já não tenho vista para a pontaria, nem força para o receber eu mesmo, apertá-lo ao coração e esmagá-lo num abraço. Vai tu. Espera-o de frente, aperra essa clavina, e desfecha-lha no peito.
O irmão de Margarida foi ocupar o posto que o pai lhe assinalou, e, sentado no leito, ia com uma oração que a mãe lhe ensinara esconjurar pela sétima vez uma legião de almas do outro mundo que lhe bailava na escuridão do quarto, quando um leve rumor como de quem trepasse pela parede exterior da casa o obrigou a preparar a clavina, e a pôr-se em guarda.
Daí a pouco as portas da janela desenvidraçada abriam-se impelidas de fora, e um vulto de homem sobressaía do fundo estrelado do céu. Em seguida e quase simultaneamente partiu o tiro, desapareceu o vulto, ouviu-se o baquear de um corpo no pavimento da abegoaria, e um silvo de coruja ecoou para os lados do presbitério.
O irmão de Margarida, com os cabelos estacados, fechou imediatamente a janela, e deitou-se.
Os criados e os vizinhos, que nessa ocasião acordaram, benzenram-se, meteram a cabeça debaixo da roupa da cama, e encomendaram-se ao seu anjo custódio e ao Santíssimo Breve da Marca.
Na madrugada imediata os moços do tio João da Serra encontraram na abegoaria, e quase por baixo das janelas da casa, um homem caído de bruços numa poça de sangue. Ergueram-no.
Era o Pedro, o Pedro que aí estava morto e varado por uma carga de zagalotes.
Acudiu gente, e cada um explicou o caso a seu modo, não rastreando ninguém nem remotamente a verdade do caso.
O único que se absteve de toda a espécie de comentários foi o escrivão que lavrou o auto.
— A lei não procede por conjecturas temerárias! disse o conspícuo magistrado.
João da Serra ergueu-se de madrugada, aparelhou a égua, e partiu para uma feira que havia a três léguas de distância.
Margarida, que passara toda a noite a rezar com Teresa, disse-lhe pela manhã com olhos enxutos:
— Adivinho o que se passou. É justiça, minha mãe! Quando a desonra mancha uma família, é preciso que a nódoa se lave: a que caiu nesta casa há-de desaparecer de todo.
E depois acrescentou:
— Confio em Deus. É impossível que não haja no céu um canto qualquer para os infelizes que são de mais neste mundo.
Pedro foi enterrado nesse mesmo dia. Era ao fim da tarde, de uma esplêndida tarde de Primavera, quando o prior da freguesia se retirava do cemitério acompanhado de alguns homens e mulheres, que por curiosidade ou afeição haviam acompanhado à última morada o cadáver do infeliz.
Os rapazes caminhavam pensativos, as velhas rezavam silenciosamente os seus rosários, e esse modesto cortejo da morte parecia trazer consigo uma vaga tristeza por entre a várzea florida, gorgeada e alegre que vinha atravessando.
O cemitério ficava do outro lado do rio. A multidão regressando endireitava caminho atravessando o passadiço que há por cima da levada, quando de repente se ouviu um grito de muitas bocas. Margarida, a filha do João da Serra, que vinha também do cemitério, tinha caído ao açude!
Acudiram-lhe logo com socorros e tiraram-na da corrente. Estava morta. A roda da azenha, perto da qual se despenhara, fracturando-lhe o crânio matara-a instantaneamente.
— Cruzes! t'arrenego! disse então um dos mais incrédulos em causas do outro mundo, olha de que casta foi o enguiço que caiu em casa do tio João!
— Eu cá de mim acredito. Em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, amén!
— Deixa-te disso, Pedro!
Ele ergueu a vista, cravou-a por algum tempo nos grandes olhos meigos da filha do tio João, e tornou-lhe tristemente:
— Não posso, Margaridinha, deixar-me disto, não posso! Se a vejo sempre! sempre, por toda a parte, dentro e fora de mim, como se a Margaridinha viesse do céu para me dar tudo o que Deus me não quis dar quando eu nasci! para me servir de mãe e de pai, de consolação e de alegria... a mim que não tenho pai, nem mãe, nem soube nunca o que era o contentamento de ser acalentado por quem me quisesse bem neste mundo!
Havia uma tão profunda convicção nestas palavras, conhecia-se tanta infelicidade na raiz dessa singela declaração, que Margarida voltou o rosto para enxugar furtivamente os olhos, e disse como para fugir daquela situação:
— Deixa-te de coisas tristes! vem daí, anda! vamos varejar um castanheiro, que meu pai quer ajustar hoje oito razas de castanhas como as que lá estão no celeiro, para mandar à feira de amanhã.
E dizendo isto, pegou a rapariga em dois cestos que pousara no bordo da eira, e galgando airosa e leve um pequeno muro, tomou, acompanhada do moço, pelo caminho dos castanheiros seculares, que pela encosta ostentavam as suas enormes frondes carregadas de ouriços.
Pedro voltou muito outro do que fora. Ria-lhe a felicidade no olhar como ri uma bandeira a uma janela em dia de festa.
À noite, quando ele saía da parte da casa em que está a cozinha e onde habita a família do tio João, para passar ao seu quarto, que ficava, como o dos outros criados da lavoura, em casa fronteira e separada daquele pelo espaço da abegoaria, saiu-lhe ao encontro Margarida.
A pobre rapariga parecia querer falar, mas não pôde. Abraçou-o pelo pescoço, e fugiu abafando os soluços e deixando a face de Pedro húmida das lágrimas dela.
Pouco tempo depois era voz pública em toda a freguesia que andava coisa de outro mundo em casa do tio João da Serra.
Com quanto ninguém tivesse visto o avejão, sabia-se que por altas horas lá se ouvia o rir e o cochichar das bruxas a discutir seus malefícios, sentindo-se depois, ao cair da meia-noite, uma pancada como de corpo morto que desabasse de cima de um telhado no chão.
E a esse baque correspondia o grito medonho de uma coruja na torre da igreja e o uivar agourento de vários cães.
Diziam uns que era a alma do escrivão da fazenda, que vinha ao mundo a requerer missas para poder despenar-se do fogo do purgatório e entrar no céu descarregada do que roubara aos pobres. Outros estavam ainda mais por que fosse o espírito de Luísa dos Moinhos a pedir em casamento um proprietário da terra, que ao pai emprestara três centos de mil réis e a ela matara de amor desprezado.
Como quer que fosse, na casa do tio João andavam todos tolhidos de medo, e nas redondezas dela não passava ninguém depois das ave-marias, sem se persignar e fazer o credo em cruz.
Tinham decorrido cinco meses depois do varejo dos castanheiros, quando uma noite o tio João se sentou à mesa da ceia mais taciturno que nunca.
Algum caso bem extraordinário se devia ter passado, pois que o tio João, pela primeira vez durante a sua existência de setenta e nove anos, deixava de comer nessa noite!
Acabada a ceia ergueu-se o velho, e depois de certificar-se de que todas as portas estava fechadas e que ninguém de fora o ouvia, disse grave e energicamente:
— Margarida, hás-de dormir hoje no meu quarto, ao pé de mim e de tua mãe.
E como a rapariga, já de pé, empalidecesse de súbito, e se recostasse à mesa para não cair:
— Segura a tua filha, Teresa, prosseguiu ele falando com a mulher; segura-a tu, que já não pode ter outro amparo, nem na terra nem no céu, essa infeliz!
Depois que as duas mulheres saíram, João, a sós com o irmão mais velho de Margarida, pegou em um clavina que estava a um ângulo da sala, tirou da algibeira um cartucho que mordeu, carregou esmeradamente a arma, escorvou, raspou a unha do dedo polegar no gume da pederneira, e disse ao ouvido do filho, tão baixo que só ele o pudesse ouvir:
— Vai para o quarto da Margarida. Alta noite há-de alguém abrir-te as portas da janela... Não tenhas medo, sossega que não são bruxas! É um homem. Entrego-to, porque já não tenho vista para a pontaria, nem força para o receber eu mesmo, apertá-lo ao coração e esmagá-lo num abraço. Vai tu. Espera-o de frente, aperra essa clavina, e desfecha-lha no peito.
O irmão de Margarida foi ocupar o posto que o pai lhe assinalou, e, sentado no leito, ia com uma oração que a mãe lhe ensinara esconjurar pela sétima vez uma legião de almas do outro mundo que lhe bailava na escuridão do quarto, quando um leve rumor como de quem trepasse pela parede exterior da casa o obrigou a preparar a clavina, e a pôr-se em guarda.
Daí a pouco as portas da janela desenvidraçada abriam-se impelidas de fora, e um vulto de homem sobressaía do fundo estrelado do céu. Em seguida e quase simultaneamente partiu o tiro, desapareceu o vulto, ouviu-se o baquear de um corpo no pavimento da abegoaria, e um silvo de coruja ecoou para os lados do presbitério.
O irmão de Margarida, com os cabelos estacados, fechou imediatamente a janela, e deitou-se.
Os criados e os vizinhos, que nessa ocasião acordaram, benzenram-se, meteram a cabeça debaixo da roupa da cama, e encomendaram-se ao seu anjo custódio e ao Santíssimo Breve da Marca.
Na madrugada imediata os moços do tio João da Serra encontraram na abegoaria, e quase por baixo das janelas da casa, um homem caído de bruços numa poça de sangue. Ergueram-no.
Era o Pedro, o Pedro que aí estava morto e varado por uma carga de zagalotes.
Acudiu gente, e cada um explicou o caso a seu modo, não rastreando ninguém nem remotamente a verdade do caso.
O único que se absteve de toda a espécie de comentários foi o escrivão que lavrou o auto.
— A lei não procede por conjecturas temerárias! disse o conspícuo magistrado.
João da Serra ergueu-se de madrugada, aparelhou a égua, e partiu para uma feira que havia a três léguas de distância.
Margarida, que passara toda a noite a rezar com Teresa, disse-lhe pela manhã com olhos enxutos:
— Adivinho o que se passou. É justiça, minha mãe! Quando a desonra mancha uma família, é preciso que a nódoa se lave: a que caiu nesta casa há-de desaparecer de todo.
E depois acrescentou:
— Confio em Deus. É impossível que não haja no céu um canto qualquer para os infelizes que são de mais neste mundo.
Pedro foi enterrado nesse mesmo dia. Era ao fim da tarde, de uma esplêndida tarde de Primavera, quando o prior da freguesia se retirava do cemitério acompanhado de alguns homens e mulheres, que por curiosidade ou afeição haviam acompanhado à última morada o cadáver do infeliz.
Os rapazes caminhavam pensativos, as velhas rezavam silenciosamente os seus rosários, e esse modesto cortejo da morte parecia trazer consigo uma vaga tristeza por entre a várzea florida, gorgeada e alegre que vinha atravessando.
O cemitério ficava do outro lado do rio. A multidão regressando endireitava caminho atravessando o passadiço que há por cima da levada, quando de repente se ouviu um grito de muitas bocas. Margarida, a filha do João da Serra, que vinha também do cemitério, tinha caído ao açude!
Acudiram-lhe logo com socorros e tiraram-na da corrente. Estava morta. A roda da azenha, perto da qual se despenhara, fracturando-lhe o crânio matara-a instantaneamente.
— Cruzes! t'arrenego! disse então um dos mais incrédulos em causas do outro mundo, olha de que casta foi o enguiço que caiu em casa do tio João!
— Eu cá de mim acredito. Em nome do Padre e do Filho e do Espírito Santo, amén!
Ramalho Ortigão, Na aldeia, in Histórias Cor-de-Rosa
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