FICAS A SABER QUE TE AMO, MANUEL ANTÓNIO!

Manuel António Pina marcou-me poderosamente e a esta sensibilidade que cultivo eu mesmo de poeta e humilde escrivão atrevido, especialmente nos últimos anos. Lia avidamente todas as suas crónicas no JN e tropeçava, de pasmo em pasmo, nos seus poemas e histórias: divulguei-o com paixão entre os meus alunos. O Porto era a palma das suas mãos, talvez o que de amniótico nos une a todos os que por cá vivemos, resistimos, por cá amamos e de cá gritamos, escrevendo neste Português caloroso, que era também, melancólico ou não, o de Pina. Os amigos! As tertúlias de presença e prazer! Os nossos gatos! Ontem, de olhos postos na RTP2, éramos dois, eu e a minha mulher brasileira nordestina, em silêncio, bebendo uma justíssima homenagem que na verdade foi como se nos víssemos ao espelho. Eu e ela amamos-te, Pina! Oito anos juntos. Boa parte desses oito anos a ler-te. Líamos e debatíamos o que escrevias porque eras inquietante e dizias-nos, Povo e País, a fundo. Quase sempre. Pela Palavra, foste unha da nossa carne. Nada separe o que a tua Palavra uniu.

Comments

João Soares said…
Bons dias Joaquim
Também sofri muito com a perda de MAP. Uma perda enorme, que abalou meu coração. Um abraço
joshua said…
Meu Caríssimo João, assim é. Um enorme abraço.

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