UMA NESGA PARA PORTUGAL
A organização do Estado Português é imoral. Sente-se por todo o lado, da sala dos professores às cadeiras do Metro, a magna insensibilidade e futilidade dos que têm todos os direitos [bons salários, cristalizados, poucos cuidados na vida] perante os que, como eu, não têm trabalho, nem o terão, e ainda vêem decrescidos os subsídios provisórios, para não falar de reformas, nulas, impossíveis. Há uma enorme insensibilidade para gente que, como eu, talvez nada mais tenha a aspirar que uma vida no limiar da sobrevivência. Este OE2013 manifesta essa injustiça, expõe-na, denuncia-a. Não sei se a cava. Não é este OE2013 que é escabroso, escabrosos são todos os factos e covardias de décadas que fazem dele, hoje, a nossa nesga derradeira. Uma certeza tenho: tal Orçamento não é um Orçamento que Cabrões Optimistas ou Filhos da Puta Eleitoralistas teçam. Isto porque quem giza ir tão longe, quem ousa ser tão impopular, como este Governo, só pode estar perante uma aflição manifesta que não espelha somente a insuficiente execução de 2012, mas o somatório de década e meia de Governos Foda, Festa e Faz-de-Conta. Não pode haver um só português, a não ser os Filhos da Puta da Dívida à Fartazana, que deseje o falhanço deste OE, apesar de nem Bagão Félix nem outros com a mesma qualidade de vida e estrato social, conseguirem sossegar a bexiga, interrompendo a criação de hipérboles e metáforas mais catastrofistas que o próprio espectro iminente do Fim do Mundo. Em 2012, é pacífico reconhecer que ter ido Além Troyka foi um tiro no pé nacional e governamental, especialmente na questão do IVA da restauração, zona em que conviria ter avançado apenas sob um módico absoluto de prudência: estavam em causa milhares de empregos e significativa fluidez e retorno fiscais que um zelo míope comprometeu.
Não será o Governo a estar em causa perante um putativo falhanço do OE2013, mas nós todos. O primeiro trimestre de 2013 terá de espelhar, finalmente, um sucesso difícil que não tivemos em momento algum ao longo de 2012. Isto não é uma questão política. Sair da Morte não é um ponto de honra para o Governo, mas para nós, para os nossos filhos e os nossos netos. Por isso, desejar e almejar que o Governo caia é tão masoquista e imbecil como ter consentido Governos Rapaces, Desleais, Mentirosos, Amiguistas, Favorististas, Gananciosos à imagem e semelhança de Mário Soares, ao longo de pelo menos três décadas, mormente na última década e meia. Não é preciso ser-se de Direita ou de Esquerda para compreender onde estão os Filhos da Puta da devastação, dos abusos, da improdutividade, da sabotagem, do irrealismo, das práticas regimentais de saque e abuso dos Orçamentos, das práticas de má governança Filhas da Puta, processos de opacidade e desorçamentação Filhos da Puta. É fácil. Mário Soares diz que o Governo tem de cair. Cair para ter o quê em vez dele? A manutenção das mamas e dos tachos, da desordem e da injustiça que precipitaram a nossa quase bancarrota?! Soares é parte do Problema Imoral do Regime e deveria cair da sua cadeira salazarenta e irresponsável abaixo por ser também ele o statu quo rançoso que traiu o Interesse Geral. Hoje temos de levar com um conjunto de personagens com falta de vergonha na cara, sede de poder e irresponsabilidade: sim, ainda os socratistas. São um veneno activo nos interstícios do Sistema Político. A parte limitada dentro do Partido Socialista que os ouve não tem perdão. Depois, note-se quantas vozes de senadores se levantam destemperadas. Dispensam-se. Manuela Ferreira Leite perpetra pessimismo e desespero?! Eu pergunto-me por que motivo pessoal e directo. O Governo terá de resistir e mostrar saúde, unidade, humildade, resiliência e argumentos de bom senso e boa fé muito para lá de Abril, com a economia vicejando para lá dos anúncios de destruição, com o défice finalmente controlado, com uma dívida a sair finalmente da insustentabilidade. Novas eleições seria perder tempo e ver os partidos do Memorando insultados, derrotados, cuspidos e rejeitados [peditório para que estou pronto, mas não pode ser já, já!], com o PS a cair também por continuar a ser basicamente um antro de devoristas sem vergonha na cara; com o PSD a tombar por não ter representado ruptura com a insensibilidade aristocrata socialista, ruptura com a colonização do Aparelho de Estado, ruptura com a nula frugalidade de Estado manifestada pelos longos anos socialistas; e com o CDS-PP a desaparecer inapelavelmente. Em lugar destes três partidos do Memorando, instaurar-se-ia o Nada. Só um Povo Imbecil ao extremo regressaria de novo à fauna indescritível que comporia novamente um novo Governo PS, absolutamente descredibilizado por causa do enriquecimento ilícito dos seus dirigentes, por causa dos luxos proibitivos da Parque Escolar, por causa da Falência por Endividamento Brutal das Empresas Públicas de Transportes, por causa das últimas PPP assassinas, por causa das manobras de hegemonia antidemocrática a que o Parisiense Imoral, o Grande Impune José Sócrates, se dedicou. Para que nos serviria um Governo Podre PS incapaz de uma maioria absoluta?! Quem é que se coligaria com uma Merda Qualquer que teve o País quase quinze anos na mão para tudo redundar em subsídios à fartazana e contas a roçar a insanidade total, no seu descontrolo obsceno?! Um novo Governo PS seria uma tragédia e um desgosto para quem lhes viu os frutos amargos. Vejamos quem defende a tese do apodrecimento do Governo Passos e forçosa remoção: só é defendida por quem deseja passemos de imediato a um segundo resgate e a mais anos e anos de Troyka em cima. Porque se deve evitar todos os vícios e situações infectas que o Socialismo de Nome Mentiroso alimentou é que é esta, este OE, a nossa última oportunidade para evitar o destino fatal da Grécia, vítima, também ela, dos excessos do mesmo tipo infecto de Socialismo de Nome Mentiroso. Na verdade, do que precisamos não é do dinheiro da Troika: precisamos de jamais cair nas lógicas de chantagem sobre o Euro-Moeda e sobre a Troyka em que os Socratistas Sacanas laboram, manifestos conspiradores contra qualquer nesga de sucesso desta governação. São os socratistas que defendem que, confrontados com um segundo resgate, nas negociações com a Troyka usemos deslealmente a bomba atómica da ameaça unilateral da saída do Euro, argumento a ser brandido levemente. Sacanas, desonestos, imorais, como os socratistas e Mário Soares já congeminam um próximo Governo, como se tivéssemos veleidades, tempo e condições para desperdiçar o suor e o sangue que já vertemos. Da cabeça prostituída do PS Socratista só sai merda. Não podemos ser, roçar sequer, qualquer coisa como a Grécia. Ponto. Para nos assemelharmos à irreverência cívica e organizada da Islândia, teríamos de ser umas centenas de milhar unidos e não dez milhões plurais, teríamos de ter um Regime suficientemente credível para processar de chofre José Sócrates e Paulo Campos, a coragem de conhecer bem a fundo os negócios ruinosos que fizeram, e até que ponto o Ministério Público sob Pinto Monteiro, podendo proteger-nos de um carácter sociopata e daninho com dinheiro como acendalhas nas mãos, por alguma razão se fez de cego, mudo e surdo, lixando-nos. O OE2013 é horrível. Mas seguir as teses de desastre e deslealdade chantagista que os galfarros socratistas tecem e entretecem equivaleria a somar horrendo ao horrível. A nossa nesga de salvação passa por nos comportarmos de modo irrepreensível, auxiliados acrescidamente pelos demais Países por termos sido sérios, leais, o oposto à escola de sabotagem e conspiração politiqueira antipatriota que o Socratismo pariu. Deus nos defenda de Seguro e dos demónios do saque e da insolência, a ala de pedantes que ainda nostalgia a besta vaidosa que hoje voga por Paris como se não tivesse sido nada com ela.
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