SISTEMA POLÍTICO PS/PSD CASTIGA PORTUGUESES

Confesso que por vezes sou cego quando me confronto com a realidade estrita de um partido político. O PS enche-me as medidas do asco. Mas não pensem os apaixonados pelo PS que morro de amores por qualquer outro partido. Pelo contrário. Pelo facto de o PS albergar gente hoje riquíssima graças à política, capaz de negociar matérias lesivas ao interesse geral, embolsando comissões e enchendo os bolsos de certos privados, é todo o sistema Político Português está inquinado e é basicamente corrupto. Quanto a Passos Coelho perdi as ilusões. Não sou o único a ter colocado grandes esperanças pelo menos na morigeração e frugalidade no exercício do Poder, com evidente descontaminação do compadrio socratista imbricado no Aparelho de Estado. Em vão. Permanece tudo placidamente como estava. Tanto socialistas como os demais associados aos partidos de Poder não se livram do estigma de ladrões, incompetentes e doidos. PSD finge que deseja a criminalização da bandidagem política, mas depois vem Cavaco, outro nome do Sistema Político que nos trouxe a esta entorse nacional, e veta a Lei do Enriquecimento Ilícito. Está tudo viciado. Até que os cidadãos, quaisquer cidadãos, livres, sem partido, ascendam ao papel-serviço de deputados, não teremos outra coisa senão esta clivagem suja Partidos/Cidadãos. O Ministério Público, capturado pelos partidos de Poder, não faz nada, roube-se como se quiser e o recorde desse roubo com areia atirada aos olhos das pessoas todos os dias, foi Sócrates. Ele foi até aos limites dos limites. Tirou vantagem pessoal óbvia dos mil negócios que hoje contaminam as nossas contas públicas. Foi essa a sua lei e o seu cio, por detrás do sorriso e da pantominice. Portanto, o que temos na Presidência da República é o mesmíssimo Sistema Político que consagra um estado de coisas apodrecido transversal ao PS e ao PSD. No Parlamento, o mesmo. No Governo, temos a bicefalia PSD-CDS-PP onde se improvisa governar na óptica do que pensem de nós lá fora: Passos/Gaspar/Portas, na verdade e em suma, fazem parte do primeiro Governo que actua prioritariamente segundo a imagem externa que convém a Portugal. Pouco ou nada se acautela da realidade concreta dos portugueses, dos seus parcos rendimentos, do seu labirinto numa economia quase desactivada. A Procuradoria-Geral da República tem estado no bolso ora do PS ora do PSD, mas no fundo preserva e protege recíproca, mutuamente, quer os interesses de uns quer os interesses outros porque todos se têm na mão, tendo na mão os podres alheios e assim sucessivamente. A Madeira, com o seu perpétuo Jardim, é, politicamente, um caso de 'sucesso' dos vícios e virtudes do resto do Sistema Político Nacional, uma vez que o Alberto João é um fanático do Poder, um viciado no Poder, um tirano absolutista e multichantagista no Poder, sempre aclamado e sempre hegemónico por razões que nem ao diabo se confessa. Que Sócrates e Paulo Campos permaneçam sossegados na sua impunidade que é, no fundo, a impunidade máxima do actual Regime, deveria repugnar-nos radicalmente todos os dias. Em vez disso, temos a plácida aceitação do estado para onde Portugal foi conduzido e o protesto destemperado com a linha de conduta que o utópico Passos reserva para o seu País: sacrifícios, desesperança, punição. Precisávamos de um Governo com gente atenta ao que somos e ao como vivemos, mais sensível, mais humano, mais próximo da realidade, das realidades pessoais, e a partir daí mobilizador de todos. Não. Temos mais um robot articulado por forças alienígenas. Precisávamos de castigos exemplares para quantos enriqueceram ilicitamente, nos últimos seis anos, à vista do naufrágio nacional, aliás, completamente cientes dele e infrenes na navegação desastrada para ele. Infelizmente, há por aí uns cegos socialistas, apaixonados e cavalares, que não questionam a corrupção do seu partido, em década e meia de poder, como porta quer para a falência nacional quer para todas as actuais derivas experimentalistas, catárticas e punitivas que hoje o Governo Passos/Gaspar/Portas encabeça. É pena quando a cabeça não quer acompanhar o que os olhos flagram. É pena quando os olhos se fecham ao que a razão flagra de escandaloso e dantesco. Nada mais escandaloso e mais dantesco que a vida de dândi parolo levada pelo sr. Sócrates em Paris, que nos resume e resume uma forma de Regime, a República, que falhou. Essa obscenidade brada aos céus todos os dias. Não se pode deixar passar em claro.

Comments

bibónorte said…
Excelente!
Parabéns pela sua análise.
Abraço

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