A pouco e pouco, Gaspar passou a ser olhado como o ET inatingível e distante que é. Um ET no Sistema Político Português, sistema irrecomendável por todas as razões, desde as razões locais, isto é, da corrupção autárquica, às razões corruptas da Capital Viciosa, Centro da nossa Decadência. Vítor Gaspar faz tábua rasa em matérias e dossiês que nenhum outro Governo afrontou, por isso está distante da podridão residente. No seu descaramento habitual, os filhos da puta da dívida à fartazana pegam na célebre frase emitida ontem na comissão parlamentar de Orçamento e Finanças:
«Existe aparentemente um enorme desvio entre o que os portugueses acham que devem ter como funções do Estado e os impostos que estão dispostos a pagar» para tentar não enfiar pelo cu acima o
enorme desvio que alimentaram ao longo de anos de devasso eleitoralismo. O Sistema Político Português tem feito de nós parvos: nas Câmaras Municipais enriquece-se com a especulação imobiliária. Nos Governos Nacionais tem-se enriquecido a negociar incansavelmente vantagens comissionistas imediatas com negócios bons para a Banca e bons para alguns Privados, mas cujos prejuízos sobre o Estado, ou seja, para Nós-Contribuintes, são atirados para o futuro sem futuro. Evidentemente que está tudo em causa. Também as "funções do Estado" estão em causa. As "funções do Estado" estão em causa porque não há economia para tanta mordomia. Nem neste aumento brutal de impostos se consegue corrigir a necessidade de receita para cobrir ou alcançar a sustentabilidade das "funções do Estado". A maior parte dos portugueses começa a compreender em que merda é que foi votando ao longo dos anos. Votou na Merda-PS para a qual há sempre dinheiro em troca de vantagens eleitorais de curto e médio prazos. Dinheiro para dar. Dinheiro para embolsar. Dinheiro para fazer arder. Mas sem que a nossa riqueza tivesse chegado para pagar os mínimos que incubem ao Estado, coisa até aqui impossível. O Governo está a aumentar os impostos desta maneira para equilibrar o mais rapidamente os gastos institucionais institucionalizados com uma receita fiscal
sempre aquém, tarefa para a qual, desde Soares ao Chimpanzé do Zoo, se levantam óbices monumentais. Em Portugal, pela primeira vez em largos anos, aumentam-se sadicamente impostos, exemplarmente, para tapar os buracos infinitos que os Governos Fajutos Sócrates cavaram e atiraram para os anos posteriores às suas decisões. O buraco enorme nas contas públicas de 2012 é, como herança, da responsabilidade exclusiva da Merda-PS que antecedeu a aprendizagem atribulada do Ministro das Finanças no que é o Portugal Político, dos reformados de luxo revoltados cujos porta-vozes têm sido Manuela Ferreira Leite e Bagão Félix; Portugal Político dos abonados ferozes, como Mário Soares e outros patronos gananciosos do Regime, com acesso privilegiado aos
media para mais eficaz conspiração obscena e impudente activismo incendiário. Do que se arrecade dos novos impostos boa parte é para o pagamento dos juros da dívida. Atirem-se a quem cavou a dívida. Parafraseando Gaspar,
existe aparentemente um enorme desvio entre o que os políticos portugueses acham que devem continuar a beneficiar directamente do Estado e os impostos ou cortes que estão dispostos a alombar. Cada qual come o cínico que quiser.
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