ASS OU SOFISMAS-ÂNUS DO ÓNUS


Pronunciando-se sobre as tais pressões pelo arquivamento rápido do Caso Freeport, de que se queixa, por disso se queixarem os respectivos magistrados, e dá conta o presidente do SMMP João Palma, ASS falou de mais e não deixou de exercer, num tom magnânimo, beato e santeiro, é certo, outra forma de pressão aberta e desabrida ao mesmo João Palma e a quantos magistrados encarregados do Caso Freeport possam ter sido alvo de pressões para que as revelem, esclareçam e apontem a respectiva proveniência (tais pressões e ameaças poderão ser anónimas, com elementos materiais, ou de outro tipo, concretos de chantagem sobre as carreiras individuais e, portanto, melindrosas o quanto baste para justificar o máximo de sigilo). É curioso que estas declarações do Ministro ASS constituam elas mesmas uma inversão do ónus: i.e., é o queixoso portanto o culpado de se queixar e de pôr em causa a boa ordem e paz do Estado de Direito. Mas não será esse 'Estado de Direito' o de quem o subverte todos os dias para que seja 'o seu Estado de Direito'? Um 'Estado de Direito' à medida dos atropelos continuados necessários para que tudo fique na mesma? Não há limites para o ilimitado sofista-Σοφιστής que mora em ASS, o qual quando não malha a 'direita', molha o verbo para o torcer a favor das teses mais distorcidas de que a sua mente insuperável é capaz. O sr. Sócrates não encontraria um mais esforçado manejador de conceitos e subversor de ideias: «O ministro dos Assuntos Parlamentares, Augusto Santos Silva, quer que o presidente do Sindicato de Magistrados do Ministério Público (SMMP), João Palma esclareça publicamente as “pressões” sobre magistrados a que se referiu quando foi eleito, no passado sábado. Santos Silva considera “gravíssimas” as declarações de João Palma e afirma que estas “não podem ficar sem consequência”.“O presidente do SMMP tem de dizer quais as pressões a que se referem, em que é que consistem, sobre quem se exercem e sobretudo que as exerce ou tenta exercê-las”, afirmou à entrada das jornadas parlamentares do PS, que decorrem em Guimarães até amanhã. [...] “Estou apenas a reagir a uma nota do SMMP e a declarações do seu presidente segundo as quais estaria a haver pressões e que ele não poderia revelar porque seriam explosivas”, frisou o governante. “Nenhum Estado de Direito pode conviver com este tipo de receios”, concluiu.»

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