ISALTINO, UM ARGUIDO ALEGRE
Depois de Valentim Loureiro e de Fátima Felgueiras, não encontro arguido mais risonho e feliz que Isaltino. Estando sob um conjunto de acusações para os quais a defesa alega prescrição de factos, estando ainda sob uma putativa imputação do crime de branqueamento de capitais, a verdade é que este entretenimento mediático que a agenda judiciária agora nos fornece só é festivo e alegre por causa do ar alegre, bonacheirão e festivo de Isaltino. Ele tem um segredo para tanta alegria. Será a tradição impunitária portuguesa, que fez de Fátima Felgueiras uma heroína popular a quem aconteceu passear pelo banco de tribunal ouvir vagamente uma frase batida 'pena suspensa' e sair airosamente? Qual será o segredo de Isaltino? Paira no ar perfeitamente o odor a ajuste de contas entre os dois pólos do Centrão e se hoje é Isaltino a meter a cabeça no cepo à guilhotina do juízo público, amanhã poderá ser Mesquita Machado ou outro qualquer ou não ser ninguém. Seria bom que enfrentassem a Justiça, a bem da Justiça, e o respectivo crivo muitos dos eternos autarcas ainda vivos, paridos por trinta e cinco anos de 'democracia'. Esses que assumiram funções autárquicas misteriosas e nebulosas, como Isaltino. Talvez alegres, bonacheirões e felizes, como ele: «A primeira sessão do julgamento do chamado “Caso Isaltino”, que decorre desde as 10h00 no Tribunal de Sintra, foi interrompida às 12h20 para a análise de alegadas irregularidades apresentadas na fase de questões prévias pela defesa. A retoma da audiência ficou marcada depois das 14h00, não sendo certo de que algum arguido, incluindo o presidente da Câmara de Oeiras, Isaltino Morais, seja ouvido ainda hoje.»
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Há que tirar-lhe o sorriso.
Um abraço