ISALTINO, O GRANDE ABARBATADOR
Os portugueses mereciam bem mais que isto: homens postos ao seu serviço, eleitos, que por décadas medraram na vida pública com variadíssimos esquemas passentos e que, só quando obrigados, embora admitam muitas coisas, não podem arrepender-se de nenhuma nem repor ou beneficiar de algum modo a sociedade que lesaram. A Justiça, aparadeira-arrastadeira de esta fauna que emporcalha Portugal, fará o seu papel dilatório com prescrições ao virar da esquina. Isaltino é águia — o 'seu' dinheiro vivo e bem abarbatado está e estará certamente em parte incerta, são e salvo, convertido em géneros, («Isaltino Morais foi também questionado sobre a compra de um carro da marca Audi, que explicou ter comprado por 35 mil euros em numerário e vendido depois por 60 mil, ao ver que não se adaptava ao modelo») como é próprio de um ser humano 'impoluto', conceito aplicável aliás não só a quem não se deixa contaminar com a mais leve sombra de corrupção, mas também a quem já não tem por onde poluir-se mais: «O presidente da Câmara de Oeiras admitiu hoje, segundo dia do seu julgamento, ter fugido aos impostos, remetendo para mais tarde questões sobre a proveniência de quantias relativas a viabilizações de negócios imobiliários e outros negócios.»
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