FUTEBOL E O PARANORMAL HABITUAL

Alguém recorde ao dr. Filipe Soares Franco que erros anormalóides, como o de Lucílio no sábado passado, já não pertencem ao domínio do anormal, mas do paranormal: a fantasmagoria do futebol português tudo permite e tudo consente. Do mesmo modo, o dr. Hermínio Loureiro, no meio de tantas virtudes que lhe assacam, não poderá mudar isso, nem com o discurso mais cuidadoso evitará passar por mais um anormal entre anormais num sistema anormal: basta em primeiro lugar ter querido dirigir a LPFP e boa sorte. A fantasmagoria do futebol português consiste aliás na anormalidade de conservar à frente dos clubes dirigentes sem resultados, treinadores sem resultados e árbitros que cooperam com quem mais precisa de colo para singrar artifcialmente na tabela classificativa e ter resultados, e não é o Braga. A este propósito, convém recordar que eventualmente a continuidade do dr. Soares Franco bem como do sr. Vieira à frente dos respectivos 'projectos' e clubes também é profundamente anormal que não se esconde com mais conversa. É do paranormal que os assuntos da bola façam ferver mais o sangue aos portugueses que os graves assuntos do País. Portanto, veja lá, dr. Soares Franco se já não chega! Se não é de mais trazer em via-sacra, até à quarta-feira seguinte, que é esta, o assunto morto, fatal, inútil da perda de uma Taça fajuta e de um prémio monetário interessante. Se já não chega continuar a enlamear a glória rasteira da conquista benfiquista. É que a anormalidade é uma coisa muito ambígua e ainda mais biunívoca: «O presidente do Sporting, Filipe Soares Franco, lamentou hoje que o presidente da Liga de clubes considere "normal" um "erro anormal" como o do árbitro Lucílio Baptista na final da Taça da Liga de futebol."É (um erro) anormal. Não posso dizer que é premeditado porque não tenho provas. Ficámos a saber que esta Liga e este presidente pensam que factos anormais podem ser considerados normais. O Sporting perdeu a esperança de que a Liga faça alguma coisa para apurar a verdade deste erro anormal", disse, em entrevista à Agência Lusa.»