BENTO DOZE-A-UM E O CASO LUCÍLIO

A indignação geral que varreu o país, no dia de ontem, após um jogo de futebol vibrante com resultado adulterado pelo estrabismo do árbitro Lucílio, chegou e bastou. Quando transferida para o dia seguinte, ainda por cima sob a forma de um take two com Bento Doze-a-Um, o Paulo, e logo na tvi24, não é saudável. Dá a impressão que se quer transformar treinadores no activo em comentadores hiperactivos de si mesmos, na boleia crucificadores dos maus árbitros. O produto futebol ressente-se necessariamente de estes excessos. O exemplo eloquente de um Mourinho vs. imprensa e sistema italianos requer por cá hábeis manuseadores da palavra e da memória e esses não abundam: «O treinador do Sporting, Paulo Bento, acusou hoje o árbitro Lucílio Baptista de não estar de “consciência tranquila” logo que assinalou grande penalidade contra os “leões” na final da Taça da Liga, que o Benfica venceu no desempate por penáltis. Em entrevista ao TVI24, o técnico leonino disse não ter medo de ser castigado.»