BPN E A ANEDOTA DO ESTADO DE DIREITO

O caso de polícia BPN poderia ser a última gota da minha paciência com o Regime pastoso em Portugal, assente numa pedra angular chamada ganância e nada mais que a ganância, mas acho que ainda posso conter o vómito por mais algum tempo e continuar a fazer-lhe a autópsia. É difícil. Mas posso tentar. Para mais, há dois BPN e não apenas um. O BPN criminal de Oliveira e Costa averbava a simpática e módica quantia de 1,8 mil milhões de euros sem paradeiro. Mas depois houve um Governo competentíssimo que quis salvar Portugal desse buraco aberto pelos velhos e malcheirentos apparatchiks do PSD cavaquista e, como tudo em Portugal se trata de uma questão de amigos, a coisa rapidamente montou aos 8,3 mil milhões sem paradeiro. Era o Governo Competentíssimo da Bancarrota a ‘salvar’ Portugal. O que se passou? Política. Se foste corrupto e roubaste à vista dos meus olhos, roubarei também à vista dos teus. Manterei silêncio acerca do teu roubo, se mantiveres silêncio acerca do meu. Com os nossos dois silêncios somados, prosperaremos. E assim sucessivamente. Que se foda Portugal! Agora imaginem quanto custa manter silenciosa, omissa e cúmplice toda uma elite assim rançosa e sem escrúpulos na Lisboa Partidocrata. Deve ser caríssimo manter tanta gente cega, muda e surda ao mesmo tempo, a começar pelo pessoal estremunhado, eficientíssimo e probo da PGR das cândidas cagadas e dos monteiros omissos. E assim sucessivamente. Meditar sobre isto com o frigorífico e os bolsos vazios é cada vez mais duro e suicidóvio. Vítor Constâncio alinhou nos caminhos da nacionalização e à reestruturação cadilheana disse não. Com a nacionalização, de Novembro de 2008 até hoje evitou-se um pseudo-risco sistémico manifestamente exagerado e tratou-se de uma sementeira mais rendosa: salvar o dinheiro dos amigos. Meter dinheiro público para isso. Sangrar a CGD. A favor da nacionalização agitava-se o papão do perigo de uma cratera com a dimensão de 20 mil milhões de euros. Aventava-se o fim do nosso mundinho medíocre. Mentira. O BPN nunca passou de um grão de areia. Tratava-se de um Banco pequeno. Sem fiabilidade. Quota de mercado? 2%. O risco sistémico era o risco sistémico dos amigos do PSD e do PS. O risco sistémico era o risco privado dos interesses glutões de certos accionistas e de certos depositantes. Nacionalizar foi equivalente a tudo fazer pelos amigos a coberto da porta do cavalo. Lê-se o DN e fica-se a saber quase tudo acerca dessas amizades pragmáticas, extremosas, que a política teceu até que a morte os separe, já que a impunidade os uniu. Sempre os Mesmos a beneficiar dos Grandes Assaltos Legais à Pala da Política: tudo pela Pousa Flores, de Arlindo de Carvalho e José Neto. Tudo por Emídio Catum e Fernando Fantasia: 53 milhões devem chegar. Tudo por Al Assir, o libanês amigo do peito do inenarrável Dias Loureiro: 30 milhões de euros devem chegar. Tudo por essa estrela da arquitectura, Capinha Lopes, accionista da SLN, arquitecto Freeport e amicíssimo do famigerado e generoso filho da puta parisiense: 8,3 milhões devem chegar. Tudo por Luis Filipe Vieira: 20 milhões devem chegar. Tudo por Dias Loureiro, o probo conselheiro de Estado que falhou uma carreira nos fuzileiros na secção minas e armadilhas para rebentar um dia com carrinhas de valores: 10 ou 30 milhões devem chegar. O BPN foi uma pérola de porcaria caída nos braços hábeis do competentíssimo Governo da Bancarrota. Hoje, percebemos melhor o buraco do BPN: é muitíssimo menor que o da CGD de Armando Vara nomeado pelo bom filho da puta parisiense que também nomeou Francisco Bandeira para ficar com um pé administrativo no BPN, depois da nacionalização, e outro na gestão da CGD. Os amigos dos partidos custam muito dinheiro aos contribuintes portugueses que é bom fiquem conversados quanto ao Estado de Direito anedótico em que definham.

Comments

menvp said…
TOCA A ABRIR A PESTANA:
- Mesmo não sendo a favor da Democracia Directa... todavia, no entanto, o cidadão não pode ficar à mercê das mafiosices dos 'Bilderbergos' e marionetas!!!
- Democracia verdadeira, já! -> leia-se, DIREITO AO VETO de quem paga (vulgo contribuinte).
[veja-se o blog fim-da-cidadania-infantil]
{um ex: a nacionalização do negócio 'madoffiano' BPN nunca se realizaria: seria vetada pelo contribuinte!}
Anonymous said…
O BPN é filho do CAVACO

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