EFEMÉRIDES OU "UM PAÍS MAL APLICADO"

«Efemérides. Há-as para todos os gostos e para toda a espécie de distorções 'desculpatórias'. Hoje no DN, o pequeno Vitorino parlapata longamente (como especialista que é) sobre os 20 anos de Maastricht, sob a parangona "...foi mal aplicado". A Democracia Grega  já não sei há quantos séculos foi inventada  deita hoje os bofes pela boca, nitidamente derrotada pela aldrabice fiscal endémica das ilhas minóicas e pela consequente ingerência dos prestamistas. Já o 14 de Julho, coisa que fez o ano passado 222 anos de existência, também prometia "Liberdade, Igualdade, Fraternidade" para derramar sobre todos os Povos tocados magicamente pelo 'advento' (e pela lâmina da guilhotina). Também o Manifesto Comunista perfez o redondinho número de 160 anitos de permanente exaltação e adiantamento das mentes e das sociedades... Por cá, o Euro acaba justamente de fazer 10 anos de circulação - com os resultados conhecidos; e em 2010 a muito pífia república à portuguesa pôde finalmente afirmar que sobreviveu um século (!). Todas estas datas e os respectivos teóricos têm uma coisa em comum: em face de críticas e dos (gravíssimos) erros apontados todos os seus indefectíveis defensores afirmam "foi mal aplicada". O Euro, moeda exageradamente forte (o Marco...) e incompatível com economias débeis? "a ideia era boa mas foi mal aplicado"; O Pacto de Estabilidade como coisa absurda feita por nórdicos e para nórdicos? "a ideia era boa mas foi mal aplicado"; Maastricht e a papalvice relaxada de Schengen? "... mal aplicado"; O Comunismo Soviético? "era excelente, mas foi mal aplicado"; os ideais republicanos? "são óptimos e tão ensopados de ética que até pingam para o chão, mas têm sido muito mal aplicados". Se todas estas cavalgaduras dos "iluminismos", dos "modelos de sociedade", das "engenharias sociais e políticas" e das "engenharias financeiras" fossem mais realistas e mais trabalhadoras  em vez de terem apenas "excelentes ideias" com os glúteos bem sentados em confortáveis gabinetes  metade de todas estas desgraças não nos teriam passado por cima como cilindros das obras. Mas a malta não aprende mesmo: todos no Ocidente assistem catalépticos ao emergir das "primaveras árabes" e aguardam palhaçamente o triunfo da Democracia...; vai ser mais um garantido sucesso.» Besta Imunda

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