RUI MOREIRA, ENTREVISTA DA SEMANA AO JN

Aqui por casa, este Homem, Rui Moreira, é um herói e um símbolo vivo da cidade do Porto, do Norte de Portugal, do FC Porto, dos nossos valores, da nossa integridade e ainda maior capacidade de resistir, inovar, fazer bem feito. A entrevista a seguir parcialmente reproduzida (tal como é costume com todos os textos que assina) foi lida em voz bem alta e mereceu palmas das minhas filhas, da minha esposa, do meu Pai e da minha Mãe: «Os planos do Governo para centralizar a gestão dos portos nacionais esbarram de frente com a Associação Comercial do Porto. Em defesa da gestão de proximidade do porto, o presidente Rui Moreira desfia argumentos: Leixões é tão bem gerido que dá lucro suficiente para pagar ao Estado e financiar investimentos que levaram a um crescimento exponencial das cargas movimentadas, possível graças a uma ligação estreita entre os responsáveis pelo porto e toda a comunidade portuária. Uma gestão a partir de Lisboa, acredita Rui Moreira, iria usar os lucros de Leixões para pagar o prejuízo de outras infra-estruturas, deitando por terra a estratégia que lhe permitiu tornar-se um dos principais factores de competitividade da região. O Governo planeia centralizar a gestão dos portos. O que pensa? Opusemo-nos com unhas e dentes ao projecto do anterior Governo e com este faremos o mesmo. Quando assinou concessões, o ex-presidente da Administração dos Portos de Douro e Leixões (APDL), Ricardo Fonseca, conseguiu um equilíbrio entre o interesse privado e o público, ao contrário de Lisboa, Sines e sobretudo Aveiro, que são buracos negros no mapa. A mercadoria que transita por Leixões paga uma taxa mais alta do que nos outros portos e, com isso, o Estado consegue uma legítima remuneração sobre o investimento (mais de 50% dos resultados são distribuídos em dividendos) e o porto fica com margem para reinvestir na nova ponte móvel, na via interna que tira milhares de camiões do centro de Matosinhos, no terminal de cruzeiros. Qual foi o resultado da estratégia? Permitiu um crescimento impressionante: em 2011 face a 2010, cresceu 12, 5% o que, numa economia estagnada, é incrível; nas exportações, cresceu 27,5% sobretudo para fora da União Europeia (Estados Unidos, Angola, Argentina e Argélia). E apesar de o risco de ser uma monocultura, o maior cliente de Leixões é a Portucel, que só representa 4%; o segudno maior, a Unicer, tem 3%. Ou seja, Leixões tem um crescimento enorme e os ovos em cestos separados. O ritmo de crescimento é possível com a gestão conjunta dos portos? Não. Primeiro, porque o crescimento só é possível porque a APDL, na articulação com a comunidade portuária, consegue antecipar picos de procura aparecerão dentro de meses, aumentando a tempo a capacidade instalada. Se assim não fosse, e sabendo que a carga fraccionada triplicou nos últimos três anos, voltaríamos a ter imensos navios à espera de vez porque o porto não teria capacidade de resposta. E veja o caso da estilha: se estivesse aqui um administrador delegado nomeado por Lisboa, tinha dito à Portucel que não a podia importar por Leixões e passaria a vir por Setúbal. Mas como há uma administração cá, encomendou um estudo à Universidade de Aveiro, resolveu o problema e não perdeu a carga. Isto não é possível se for gerido por um "apparatchik" nomeado por Lisboa. É o chamado rigor da proximidade. A segunda questão é: o que vai acontecer ao superavit de Leixões, sabendo que há portos com prejuízo? Vai ser usado para tapar buracos e, quando for preciso fazer investimentos, não vai haver dinheiro. Seremos duplamente penalizados: pagamos taxas mais altas e não teremos capacidade de crescimento. A reestruturação dos portos faz parte do acordo com a troika... A troika quer uma articulação que reduza o custo da estrutura e orgânica portuária. Quando» in JN, por Alexandre Figueira e Jorge Fiel

Comments

Anonymous said…
É um homem do nuorte, carago! Cambada de bimbos.

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