SIMPLIFICAR À MARCELO

A guerra do Governo contra a função pública não é uma guerra contra a função pública. É uma pena, embora coisa habitual, que Marcelo simplifique as coisas e coloque o problema numa óptica maniqueia como o tresloucado Pacheco. Não é de agora que a FP necessita de um processo de emagrecimento radical. Trata-se da velha percepção de muitos técnicos de que há uma enorme necessidade de Portugal libertar recursos para poder sobreviver na medida em que a economia floresça por si, longe das asas finitas do Estado. Simplesmente isto. Por décadas, os lugares públicos, no plano local e central, foram lugares partidarizados, automáticos, de onde o mérito se ausentara quase inteiramente. A guerra civil que a Troyka patrocina e atinge a função pública visa também os casulos de privilégio que a Corrupção promove no Aparelho de Estado: está-se a atacar também privilegiados políticos cujos privilégios são pagos pelos dinheiros dos contribuintes. Se temos impostos altos é porque esta gente da política, dos cargos, dos lugares vitalícios nas Empresas Públicas tem o emprego garantido, na maior parte indigitados por favor e pelo favor. Numa óptica de racionalização, não é possível poupar ninguém. Qual o futuro de um País repleto de mesquitas-machado que ninguém tem coragem de purgar do sistema?! Não é verdade que o sistema foi apropriado para que as pessoas se sirvam dele em vez de o colocarem ao serviço dos demais?!

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