DIÁLOGO PS-PCP-BE OU FALAR PRÁ PIÇA

Maravilha das maravilhas, milagre dos milagres, o PS vai conversar com o BE e com o PCP. Conversar aqui foi uma coisa inaugurada pelo octogenário Soares, uma invenção oportunista, a qual supõe uma questão política simples: romper com a Troyka e com a Austeridade. Aliás, para que aqueles partidos marginais e anacrónicos comecem a falar com o PS há a exigência prévia de que o PS anuncie uma ruptura antecipada com os outros Partidos da governação, CDS-PP e PSD. Sim, porque agora o Graal do Regime, a nova saída, o novo êxodo para Portugal é uma alternativa de governação à Esquerda. O quê? Estes aprendizes de totalitários devem estar loucos. Uma Alternativa de Esquerda é a garantia certa para a fuga massiva de capitais, especialmente se PCP e BE puderem ser Governo em coligação com o PS, coisa quimérica. Obviamente que antes da fuga dos capitais haveria a fuga e o encolhimento dos respectivos eleitorados, perdendo PS, PCP e BE no voto o que julgam inescapável nas sondagens. Quem vive pelo eleitoralismo e a sondagem, morre pela sondagem e o eleitoralismo. Os programas do PCP e do BE consistem no isolacionismo político-económico de Portugal, na instauração de um novo Mercado Comum: Cuba, Coreia do Norte e Portugal. Consiste em sair do Euro: boicotar-lhe a salvação e o robustecimento é sair. Sair da austeridade. Sair da União Europeia. Porém, BE e PCP não estão sozinhos. Mário Soares considera legítimo trair 40 anos da história do PS de um dia para o outro. Só mesmo o Animal Soares [nas palavras de Marcelo] para encontrar e promover uma plataforma com partidos que vivem nas nuvens, que deliram alguma vez instaurar uma ordem económico-política que cada um dos Países do Euro e fora do Euro rejeitam liminarmente. Mas, com Mário Soares a rebocar Seguro para fora da sua hesitação, tudo é possível, todas as aberrações. Uma vez que se converteu num partido eleitoralista e demagógico, o PS transformou-se numa organização de irresponsáveis e dementes, arrastou o País para uma situação de absoluto quase caos político, caos económico e, com um empurrãozinho de Soares, de Pacheco e de outros ansiosos, brevemente em caos social. Inatacável é que BE e PCP tenham derrubado a versão daninha do PS antes-da-Troyka. Não foram na cantiga impostora do Sócrates minoritário de 2009 o qual fingiu convidar fosse que partido fosse a partilhar a governação. PCP e BE foram aí patrióticos: viram no disfarce e na treta eleitoralista dos grandes anos anos de desorçamentação do 1.º Governo Sócrates mera cosmética, antes do assalto danado e esganado aos Orçamentos; viram no coito do PS com a alta finança e os grandes empresários a grande ocupação pelo mesmo PS dos que poderiam alimentar os seus interesses sectários e partidários: onde estava Vara, aí estava o Homem-Merda. Portanto, que conversa poderá ter o PS com o PCP e o BE e o BE e o PCP com o PS? Uma conversa da treta. Falar prá piça, basicamente. A Esquerda, pelo menos a Esquerda Portuguesa, é a condenação a uma minoria endémica: é a recusa da meritocracia de Mourinho e de um ou outro editorial do JN. Na verdade, não há nada para conversar. A  Esquerda está encurralada. O parasitismo do PS [o parasitismo desesperado de Soares!] compete ombro a ombro com o parasitismo da deputação rarefeita e ideológica que ainda resiste no Parlamento e não serve para muito, senão para greves inúteis e lutas perdulárias nas praças e nas avenidas, como as deste último Sábado. O futuro da Esquerda é ser punida a sua inutilidade e pela sua traição ao projecto europeu dada a recusa enviesada dos mecanismos e instrumentos que poderão robustecer a Moeda e a nossa credibilidade nela, mediante boas contas públicas, inatacáveis contas públicas. O futuro da Esquerda é ousar meter na prisão os corruptos e ricos da política, os mentores das swap e das PPP rodoviárias redundantes. Há um cansaço geral para com a incompetência e a ganância dos Políticos do Passado, dos Partidos do Saque Orçamental e das Orgias com Dinheiro Público, partidos como o PS. Mas há também um cansaço geral para com os partidos sem futuro, sistémicos como o PCP e o BE. Foi em grande parte a abstenção eleitoral que deu força ao PS, em 2005 e 2009, e que o PS usou para enriquecer os seus, meter a mão nos milhões, capturar o Regime como coisa exclusiva sua, sufocar os media com a engenharia do discurso certo e conveniente. Foi muito bom, não foi?! Soares é essa sede e essa tara a quem falta uma pistola, mas não a vontade de disparar. Seguro, a respectiva hesitação ilusória.

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