LETTA EM TENTAÇÕES DE IMPOSTURA

Uma vez no Governo, mais vale haver discurso que não haver discurso, mas os Países com excesso de discurso, como a França, mesmo o Portugal dos anos de homilias-mil do Abominável Homem-Merda, e a Itália de sempre teriam [terão!] de regressar em algum momento à higiene hermética dos gabinetes. É uma aprendizagem do pudor. Não é fácil, mas já se nota no Governo Passos haver muito mais recato que aparato. Ainda não é o caso do primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, à procura do tom e da forma, a deixar-se tentar pela lágrima fácil e a frasesinha de estilo. Lembrou-se de vir pedir desculpa [em nome de todos os predecessores] a todos os compatriotas que se vêem forçados a emigrar. Mas isso não passa de Letta a falar bonito, Letta a arranjar boas e comoventes primeiras-páginas, Letta a andar em campanha antecipada a consolidar intenções, sondagens, eleitorados. Mais do mesmo. Infelizmente. Calado teria sido mais eloquente. No pólo oposto esteve Passos, que nos propôs o que ninguém quer ouvir: se puderem, emigrem. Aqui ninguém suporta a honestidade menos ainda a realidade. Mas são dois extremos que se tocam.

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