AO DECAPITAR O HAMAS SEM PIEDADE
1. Nada de novo sob o Céu em Gaza. Não é segredo para ninguém que há muito é estratégia de israel localizar e exterminar os líderes que instilam ódio por Israel, líderes cujo leitmotiv é por sua vez exterminar Israel e é dentro de esta antiga tradição decapitadora que o ministro do Interior do Hamas, Said Siam, foi morto num ataque da aviação israelita à Cidade de Gaza, segundo o Tzahal. A TV do Hamas, a Al-Quds TV, confirmou a morte do ministro e o diário israelita “Jerusalem Post” descreve Siam como a ligação da ala política com a militar dentro do Hamas, sendo ele o responsável por várias forças de segurança em Gaza. Entre tantas lideranças eliminadas, este o mais alto responsável do movimento islamista a ser morto por Israel nos últimos três anos, revela o mesmo jornal. Esta guerra não é uma brincadeira no jardim dos fundos da Europa, dos Estados Unidos ou do resto do Mundo sempre parcial nestas questões. Esta é por ventura uma guerra com um significado crucial nesta resolução cristalina de fundo, actualmente não enfrentada, por exemplo, na Europa, mas apenas por covardia das lideranças medianas que nos calharam na rifa, incluindo o burocrata Durão Barroso: queremos ou não queremos movimentos islâmicos paramilitares com processos inescrupulosos de actuação, atentatos brutais sobre inocentes em qualquer parte do mundo, com uma pressão cultural sobre sociedades livres, na separação de poderes Estado / Religião, no respeito integral da mulher e da sua emancipação e paridade? Obviamente que a luta de Israel também é territorial, mas há este óbvio pano de fundo que nos toca a todos. Segundo o JP, o chefe dos serviços de segurança do Hamas, Salah Abu Shrakh, e o irmão de Said Siam pereceram igualmente, mas é o jornal hebraico de grande circulação “Yedioth Ahronoth”, que revela ser esta decisão de atingir altos responsáveis do Hamas de ontem e por isso, na noite de ontem, as forças israelitas bombardearam a casa do primeiro-ministro, Ismail Haniyeh. Como expressivamente declara o cartoon, o melhor para a paz entre entre o Povo israelita e o Movimento Hamas era que o primeiro ficasse por Marte e o segundo se contentasse com o planetóide Plutão.
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2. Enquanto o exercíto e a aviação decapita as cúpulas do Hamas, aproveitando este tempo de ninguém norte-americano, a Assembleia Nacional da Venezuela aprovou hoje por “maioria evidente” esta coisas horrível e horrorosa: um projecto de emenda constitucional solicitado pelo Presidente Hugo Chávez que o poderá perpetuar no poder: aqui temos uma República Monárquica no pior dos sentidos e logo o medo português se justifica, pois creio ver no ego de Sócrates muito mais ambição e esplendente autoconceito para permanecer que no oleoso Chávez, o tirano petroleireano. Ora, para que esta medida 'reclamada' por sua Alteza Chávez, o Absoluto e Infalível sucessor de Fidel e autor das Bocas mais porcas anti-Israel, triunfe – medida que permitirá que o Presidente se possa candidatar a um terceiro mandato de seis anos nas eleições presidenciais de 2012 – a referida emenda constitucional precisará agora de ser aprovada por maioria simples num referendo popular que deverá realizar-se até ao próximo dia 15 de Fevereiro. É curioso como nestas Repúblicas Cleptocáticas de vocação Monárquica se vai fazendo de referendo em referendo até ao referendo final e é por isso que deputados do Partido Socialista Unido da Venezuela, lá como cá, diga-se, insistem e insistirão nesta mentira populista e podre de que esta emenda contribuirá para uma “ampliação dos direitos políticos de todos os venezuelanos”. Ora, se Chávez ama Sócrates que recebe Mugabe e ama Putin que adora esganar com gás a Europa e sufocar a Ucrânia em pleno Inverno e temperaturas de morrer instantaneamente, não é verdade que o povo português menos e imenso o seu governo sofisticadamente aselha e exclusivamente propagandístico andam ambos de todo em péssimas companhias?! Nem sequer vislumbro as vantagens negociais com um Chávez tão... monárquico. Também não é de duvidar que, após 2012, enquanto houver vida e saúde e saliva para pregar Cristo e Marx, nas televisões venezuelanas, haverá sempre alterações na constituição para alargar a temporalidade divina de tão iluminado poder, que enriquece os bolsos chavistas e de quantos, como acontece em Portugal, Maçons e mamões eternos-PS/PSD, rodeiam e protegem uma gamela fabulosamente recheada, enquanto os déficits se acumulam e a miséria dos números económicos se manifesta e os projectos pelintras de endividamento externo se vociferam como fundamentais para que Portugal nunca mais tenha futuro, somente bancarrota. Países, como o nosso, onde não há vergonha nem um acordar cívico que se veja.
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3. É perfeitamente compreensível que o PS tenha recusado hoje a abertura de inquérito parlamentar sobre o funcionamento do Ministério Público no processo Casa Pia. Esta ideia ousada e até imprevista do advogado de defesa do apresentador Carlos Cruz talvez permitisse que compreendêssemos e soubéssemos o que só quem se dá ao trabalho de ler e de investigar acaba por saber: o nexo umbilical entre as barrigas intocáveis do Regime e o néctar dos deuses para eles em que por décadas os infelizes ânus lubrificados e bocas de tantos adolescentes e pré-adolescentes surdos, mudos ou assim-assim foram servidos em grandes festas privativas. É por isso que continua indesejável desenterrar toda a lama fumegante de esta iniquidade dentro da democracia, mesmo que os tópicos sejam aparentemente o MP e o INML. Há tanto segredo que deve permanecer como tal! Por isso mesmo, todos compreendemos que o vice-presidente da bancada do PS, Jorge Strecht, tenha afirmado que essa proposta "não tem sentido" e não tem o apoio do grupo parlamentar da maioria. Naturalmente! E continua: "É uma proposta que não tem sentido. Esse é manifestamente um caso que choca na separação de poderes", claro! A defesa do apresentador Carlos Cruz, que delongou e fez marinar em lume brando este processo graças a um extraordinário conhecimento dos magníficos instrumentos legais de dilacção, considerou que seria adequado que no final do processo de pedofilia da Casa Pia, onde a verdade e a justiça morrem solteiras, houvesse um inquérito parlamentar para apurar o que se passou neste caso: "Acho que seria adequado no fim deste processo que houvesse, por exemplo, um inquérito parlamentar que apurasse o funcionamento do Ministério Público (MP) e do Instituto Nacional de Medicina Legal (INML) no quadro concreto deste caso". Esta sugestão de Ricardo Sá Fernandes é feita com uma alegria e um desejo de rever todo o processo, que mais me parece que há coisas, enfim, revelações incríveis, doidas por rebentar na imprensa, mas impossíveis graças ao controlo apertado que as sociedades secretas e os donos da democracia exercem sobre a verdade e os seus guardiães, sabendo-se como se sabe que o Regime ruiria sob o peso da verdade total e completa. Ora, o advogado de Carlos Cruz justificou também esta "sugestão" porque "a matéria tem suficiente gravidade para que a Assembleia da República tome uma posição em concreto sobre o que se passou neste processo", em que apontou falhas à actuação do MP e do INML, que realizou os testes de personalidade aos jovens casapianos. De caminho, também poderíamos ficar inteirados sobre como e porquê quantos tubarões de peso nacionais puderam escapar incólumes ao processo e seria interessante ver como José Sá Fernandes e outros artistas da lei procrastinada e dos recursos habilidosos da defesa transformaram toda esta história numa bela diluição de justiça e arrastamento confrangedor do processo, quando as carnes e os corpos são a prova, o indício e o argumento. Sintomático! É a Lei Cocó em Portugal.
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