ABSURDAS MORTES NO PORTO
Porque significa a realidade e o concreto da vida das cidades portuguesas no seu lado velho e desgastado; porque resiste a todas as ilusões e mentiras e optimismos bacocos e amadorismos de acção, porque representa o fim das fantasias e das pretensões sumptuárias incomportáveis; porque tem tudo a ver com incúria urbana e com negligência humana com todos os aspectos preventivos em edifícios fora do prazo de validade, com segurança zero; porque demonstra o tipo de TGV prioritário que necessitamos, a dignidade mínima que vai faltando em casas velhas, perigosas, repletas de madeiras do século XIX e início do XX; porque o frio recorrente e prolongado que nos tem afectado põe à prova orçamentos familiares parcos e medidas paliativas frágeis, por tudo isto não deveria merecer mera nota de rodapé, mas consequências, demissões, responsabilização pública de servidores públicos, o facto trágico de em pleno centro do Porto um incêndio devastador ter deflagrado, com quatro mortos confirmados, hoje de madrugada, num prédio da Rua de Trás, junto à Torre dos Clérigos, eram 4h58 e que poderá ter sido provocado por um aparelho de aquecimento.
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Além disso, alguém já andou nas estradas Irlandesas, Norueguesas e Finlandesas? Cadê as auto-estradas? Não era mais inteligente diminuir o Iva para os valores Espanhóis? Mas isso T.S não quer, porque adoram brincar aos monopólios e esbanjar os nossos tostões!
Numa altura em que ainda não se sabe qual é a razão deste acidente, já há ligações disto ao Sócrates.
Até quero ver o que vão dizer se descobrirem que isto aconteceu pelo morador do 3º andar ter estado a fumar!
O investimento publico é obrigatório, tem é de ser bem pensado.
Sei lá quantas vezes subi e desci a rua do Trás, a dos Caldeireiros....
Patinava com as solas dos sapatos pelo passeio das Clérigos, até aos Loios.
No Passeio das Cardosas, ainda por ali passeavam uns janotas, mais ao menos iguais aos do tempo do Camilo.
Era a baixa do Porto com vida onde de Gondomar, de Rio Tinto e de Águas Santas os lavradores vinham fazer as compras à baixa do Porto. A Santo António, a rua fina, a subir, onde senhoras do Porto de chapéus na cabeça subiam a rua apreciando as montras.
Seu lá que coisas eu seria capaz de contar em relação do Porto da Minha Infância.
Já lá não vou há 28 anos...nem preciso ir lá mais...
O meu amigo Pedroso Lima há tempos informou-me: a baixa do Porto está a morrer...
A rua do trás e de tantas outras também morrem e com elas as pessoas.
Ó meu Porto quem te viu e quem (os que lá vivem) te vêem.