PINOCCHIO HAS LEFT THE BUILDING


Enquanto uma publicação, como o Jornal de Notícias, já enterrou a cabeça na areia e, porque passa ao lado de esta matéria, não só os seus exemplares deixam de ser comprados como os seus editoriais deixam de ser lidos, novas revelações deitam por terra a ideia de ignomínia e de campanha negra com que sorridentemente se procura lançar fumo sobre a questão Freeport. Nada podia ser mais negro que os factos e a realidade altamente familiar do caso Freeport. Tudo se revela altamente comprometedor do actual e ainda PM. A mãozinha controleira que ele pousa em tudo o que mexe, incluindo formas de legislar/informatizar sistemas que permitam permeabilizar o poder judicial, segundo o manifesto contestatário dos juízes relativamente ao CITIUS, começa a não ter mãos a medir nem mãos que cheguem. O animal feroz, como lhe chamam, e o 'determinado', conforme se apoda, ao que parece instila muito medo e muita pressão em muita gente. Mas o que significará para o primeiro-ministro, José Sócrates, dizer que está “preparado para resistir a todas as ignomínias da campanha” dos órgãos de comunicação à volta do empreendimento Freeport em Alcochete? Será não se mancar? Será não ter respeito pelas conclusões do povo português e não inferir o que a rua murmura a seu respeito? Será aguardar por que o incansável Eduardo Pitta continue, no seu belíssimo blogue, a relativizar salvificamente as questões levantadas pela investigação Freeport, dando-lhes um tratamento e uma desmontagem que alija para conspiradores e boateiros a soma de factos que elencam o PM como suposto co-beneficiário e mastermind de toda a questão? Dois técnicos do Instituto de Conservação da Natureza (ICN) que deram pareceres que chumbariam liminarmente o projecto do Freeport para Alcochete foram afastados do processo pela direcção daquele organismo em Setembro de 2001, noticiam a SIC e o semanário “Expresso” de hoje, em resultado de uma investigação conjunta.O mesmo aconteceu com técnicos da Reserva Natural do Estuário do Tejo (RNET), a quem o ICN deixou de pedir colaboração, conta o mesmo jornal. A esterqueira alastra. Se do ponto de vista judicial as coisas piam grosso em Portugal, no plano político começa a avolumar-se o peso imponderável de uma credibilidade a todos os títulos em rarefacção-hélio. Raciocina muito bem a propósito Octávio Ribeiro: «Quem atente no teor da carta rogatória enviada pelas autoridades britânicas e depois recorde as palavras da procuradora Cândida Almeida e o último comunicado da PGR fica com várias dúvidas que se podem verter numa só pergunta: estará a justiça portuguesa a fazer tudo o que lhe é constitucionalmente exigível para o esclarecimento cabal das suspeitas em torno da viabilização do projecto Freeport?». Leituras pedagógicas adicionais sobre o caso Freeport: Carta Rogatória negra, e-mails negros e negra alteração-relâmpago da Avaliação de Impacto Ambiental (AIA). A era do Pinocchio chegou ao seu estertor e qualquer nova comunicação autovitimizatória dirigida aos srs. jornalistas não será mais que perseguição canina da própria cauda.

Comments

Anonymous said…
Então agora viraste o bico ao prego? Já não és socretino, pá?
joshua said…
Deve estar produndamente confuso: este blogue NUNCA foi socratinesco em absolutamente coisa nenhuma.
Zisco said…
Olá meu amigo,

passo sempre para ler o que vc escreve, vai lá no meu blog e pega o selo de "Blog Maneiro", abç!
Daniel Santos said…
Sabes, eu continuo a pensar o mesmo, como falamos demoradamente ontem.

Não acredito em processos públicos fora dos tribunais. Não acredito na teoria da cabala nem num sentido, nem muito menos no outro.

Mais uma vez, eu que sou ingénuo,não consigo compreender uma democracia baseada nos diz que disse. Não acredito em julgamentos sumários, fora dos tribunais e não acredito e não acredito em linchamentos seja de quem for.
joshua said…
Essa tua paciente falta de indignação, Daniel, até pelo facto de os Tribunais estarem no bolso do poder político, cai que nem gingas naqueles medram e corrompem por falta de exigência e devido escrutínio dos cidadãos.

Vai esperando. E não acredites, conforme não acreditas. Os poderes obscuros que carcomem Portugal, agradecem.
Pata Negra said…
E se hoje, o telejornal abrisse com esta imagem, sem mais palavras, não estaria tudo dito?!
Anonymous said…
O problema é que muitos Portugueses ouvem ouvem ouvem mas...preferem não pensar. Deixa, andar que entre mortos e feridos...
hão-de escapar! Está claro que depois de tanto tempo á espera das peças do puzle, que nos faltam para concluir a culpa de Sócrates "eles" fizeram as plásticas possíveis nos bastidores, mas...esqueceram-se da cauda de fora ou do fio de cabelo Agora teatralizam, dramatizam, que nisso estão treinados... Por fim tentam a vitimização e fazem-no tão bem e com as costas tão seguras que fazem balançar os " quero lá saber" e os que gostam de "fado de viela"...
Anonymous said…
Sou o autor do 1º comentário e venho pedir desculpas, pois confundi este excelente blogue com a miséria pomposa do Machina Speculatrix. Tinha acabado de enfiar três taças de champanhe, enquanto lia o jornal Sol e saboreava a lenta queda do palhaço do Sr. Primeiro-Ministro e baralhei-me! Viva a democracia! Viva quem não tem medo! Força!
antonio ganhão said…
Aqui o Anónimo bebe champanhe de má qualidade... queda de quem?

Eu tinha feito aqui um brilhante comentário, que não encontro e de que já não me lembro...

Á já me lembro: se o estudo acabou por ser aprovado, só prova que os técnico afastados eram incompetentes!
Anonymous said…
Tem toda a razão quanto à qualidade do champanhe. É espumante ranhoso, que eu sou um mero licenciado com 30 anos de trabalho competente e dedicado, e, como tal, não tenho dinheiro para comprar um bubly a sério. Isso é para funcionários partidários, construtores civis, plantadores de eucaliptos, autarcas, vendedores de automóveis com "stander" próprio, jovens agricultores de esplanada, e outros valentes.

Mas o Sócrates está em queda, meu amigo, apesar de tudo!
André Campos said…
Haverá algo de realmente surpreendente neste caso Freeport? A corrupção sempre foi um traço próprio dos que nos governam. A mim, pessoalmente, surpreende-me que estes senhores, tão acostumados a estas negociatas, deixem tantas pontas soltas. Ou talvez estejam à vontade para tamanho descaramento. Os "poderes obscuros" de que falava o PM existem. Mas não são bem como ele conta.

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