CONTRA A MULHER-COISA NO ISLÃO


1. Já estive na mesquita-mor de Lisboa com o sheik David Munir, líder religioso da comunidade islâmica em Portugal, e sei que é um homem sábio e moderado, por isso antecipo que consiga o que poucos comentadores, e até intelectuais aflitos por meter uma colherada cómica, conseguiram expender em leve descarga neuronial, mal as transcrções do Cardeal deram estampido à estampa: a situação cultural da mulher europeia sob o regime islâmico do casamento é radicalmente diferente daquele a que está habituada e implica riscos, dificuldades e concessões ao arrepio de século e meio de Gay Parades, Lutas Cívicas por Igualdade entre Sexos, a treta da Paridade, os Direitos Cívicos Iguais tal como os conhecemos no Ocidente das Liberdades e Garantias. Isto para não falar no facto de que o amor nem sempre muda tudo e que os casos particulares de infelicidade garantida e sequestro perpétuo ao abrigo do casamento não são, infelizmente, uma raridade. Se a mulher é o elo mais fraco em tal sociedade, qual o mal em alertar para isso?! Quando uma sociedade islamizada cauciona comportamentos-limite que envolvem enforcamento de gays em gruas e apedrejamento de 'adúlteras' e depois vemos por cá rasgarem as vestes os politicamente correctos por causa de uma hipérbole qualquer saída da boca proibitiva de um Cardeal, percebemos que está tudo errado. Mais tarde quando e se pudermos ler ou ouvir um comentário do David Munir às declarações do cardeal patriarca de Lisboa, pode ser que pareçam menos bizarras e mais sinceras, honestas, embora muito longe do conveniente, não de se pensar, mas de se ousar dizer, sempre sob ameaça e sob condição que nós, porcos ocidentais e cães judeus, nos encontramos. Prudente como é, certamente que o David Munir não se apressará em descontextualizar aquelas palavras como faz a imprensa. Já São Paulo falava, em matéria de casamento ou celibato ou viuvez, acerca do que lhe parecia mais conveniente aos Santos ou Cristãos - um público cristão que afinal fazia outras coisas distintas e livres para além do recomendado e conveniente para Paulo. D. José Policarpo, que pelos vistos está impedido de usar um registo coloquial e informal, advertiu ontem à noite as portuguesas para o “monte de sarilhos” em que se podem meter se se casarem com muçulmanos. O certo é que deve falar com conhecimento de causa e basta uma pequena pesquisa para confirmar o que se passa neste plano na Europa.
lkj
2. Provando que o tédio povoa as redacções um pouco de todo o mundo, à espera de algo bizarro que circule nas cabeças de todos, mas que ninguém ousa dizer em voz alta, não vão os juhadistas condenar-nos a algumas vergastadas ou mesmo a uma fathua, tornaram-se já Urbe et Orbe as declarações do cardeal-patriarca de Lisboa e foram hoje transcritas em diversos jornais estrangeiros, incluindo no “USA Today”, o “International Herald Tribune”, e o “Daily Mail”. Por exemplo, divulga o Público, o “Daily Mail” explica que José Policarpo aconselhou as mulheres portuguesas a pensarem duas vezes antes de se casarem com um muçulmano, e acrescenta que “não há notícia de animosidade entre cristãos e muçulmanos em Portugal, onde 85 por cento da população é católica”. O “USA Today” também reproduz, na sua edição online, as declarações do religioso português, bem como o “International Herald Tribune”, que transcreve o seguinte excerto das declarações de D. José Policarpo: “Pensem duas vezes em casar com um muçulmano, pensem muito seriamente, é meter-se num monte de sarilhos que nem Alá sabe onde é que acabam”. A notícia foi igualmente noticiada pelo jornal “The Australian” e pela Press Association. Corre um escândalo pudico pelo Mundo à conta de estas declarações de lesa-hipocrisia: as emancipadas europeias estão, se apaixonadas por um fervoroso islâmico, abdicarão de convívios mistos, mini-saia, pílula contraceptiva e, na primeia oportunidade em África, para mostrar o netinho, fica por lá agegada ao resto do harém a gerar em série uma prole interminável ao Profeta. Obviamente, que um crime de honra, em Londres ou em Bassorá, que implique o assassínio pelos familiares de uma mulher apaixonada por um europeu não será tão universal e tão notícia como este alerta de bom-senso pelo Cardeal, assim como sabermos que jamais será assim noticiado um rapto religioso de uma europeia casada com um muçulmano. Essas coisas não existem e, caso existam, silenciam-se, calam-se. Morrem por si depressa. Não é só o Portugal-sociedade no bolso do Sr. Sócrates que vai irrespirável de hipócrisia. O Mundo todo segue alegre pelo mesmo carreirinho de idiotia.
lkj
3. Uma coisa é o Islão, teoricamente sempre pacífico e fazedor de tanta gente feliz. Outra os muçulmanos, sempre irritados com alguma coisa e outro tanto indignados por não sermos todos da mesma fé, por termos cães e comermos carne de porco. Vá lá que a Comunidade Islâmica de Lisboa só ficou "magoada" e não 'revoltada' com as palavras do cardeal-patriarca de Lisboa. Num comunicado que o presidente da Comunidade Islâmica de Lisboa, Abdool Magid Vakil, enviou à Lusa, afirma-se benignamente que: "Ficámos de alguma forma magoados com a escolha das palavras do senhor patriarca de Lisboa, relativamente à nossa Comunidade", e muito bem, está correcto, mas depois acrescentam-se as imprecisas inexactidões porque o diálogo inter-religioso é uma coisa, outra coisa dramaticamente diversa pode ser, e o mais provável é que seja, o diálogo de surdos entre um membro da comunidade islâmica portuguesa com outro membro de outra cultura, comunidade religiosa em Portugal, por isso é abusivo o que simplisticamente acrescenta Vakil: "e ao diálogo que temos procurado com todas as confissões religiosas e, em particular, com as religiões cristãs". Está visto e percebido que o conceito de diálogo difere de parte a parte. Mas, vá lá, só existe mágoa e salva-se a relação no plano das cúpulas que, lembrou Vakil, se caracterizam por "relações fraternas e cordiais" e por um "diálogo frutífero" o existe entre as duas religiões em Portugal. Devia ser mais exacto, distinguindo os dois planos, para não ter de fingir-se surpreendido com as últimas declarações José Policarpo.

Comments

antonio ganhão said…
Uns breves minutos com o sheik e logo aferistes uma boa opnião sobre o dito... Isso faz-me lembrar o teu jantar com o LFM.

Quanto ao Cardeal, em ambiente de debate público de ideias, disse o que lhe ía na mente, dele e de muita gente. Tinha o direito de o fazer, se não mesmo a obrigação de não ser hipócrita... mas foi politicamente incorrecto! Num país onde só o Alberto João os tem no sítio, fica bem ao Cardeal provar que os homens de saias também os têm!
Tiago R Cardoso said…
O senhor patriarca perdeu uma enorme oportunidade de estar calado.

Que gente.
Anonymous said…
Sempre as religiões e os seus Representantes cá na terra a lançar achas para a fogueira! Como hão-de as pessoas algemar os sentimentos? Que Deus sería capaz de tantos pesos e medidas difrentes-Sabemos nós que de Amor as Igrejas pregam pouco e sabem ainda menos pois se cada uma reclama um Deus para cada pôvo ...confunde e divide Eu estou em crer que se acabassem de repente todas as religiões e se se começasse a cultivar o Amor incondicional o mundo salvar-se-ia.Nem céu nem inferno!Destruir as armas...as cadeias...os Zoos CAVAR os CAMPOS Acabar com a ileteracía, Construir manjedouras Megalómanas onde pudessemos comer cultura! AS Religiões ARMARAM a cobiça a gula dos homens lançaram a Babel dos Tempos Esqueceram-se de olhar para o próximo como semelhante...Nada sei de política e não professo senão a religião do Amor incondicional... Abraço Amigo
O Cardeal Patriarca não disse nada que não saibamos ser a PURA VERDADE. Não teve medo, até que enfim!
Um dia destes "eles" ainda proibirão o toque de sinos, a música de Haendel, as procissões ou o Natal. Para não ofender...
Lura do Grilo said…
Parabéns, ao Cardeal. Todos sabemos que falou verdade. E um casamento de sonho torna-se normalmente um pesadelo horrível. Depois da conversão não se pode recuar. A mulher fica sujeita a levar pancada: com regras mas apanha por inerência de esposa. Casos há muitos: basta abrir os olhinhos e ver ou ler.
Não pense também que as suas filhas terão liberdade para casar com um cristão ou com alguém que venham a amar.
umquarentao said…
A origem do TABÚ-SEXO

Nos tempos mais remotos da existência humana, o ser humano viveria duma forma em tudo semelhante à de outros animais mamíferos do planeta Terra. Consequentemente, podemos dizer que, nesses tempos mais remotos, as fêmeas humanas teriam possuído toda a Liberdade e Independência.

Depois, mais tarde, pela necessidade de luta pela sobrevivência, ou pela ambição de ocupar e dominar novos territórios, alguém fez uma descoberta extraordinária (um truque que permite alcançar uma vantagem competitiva demográfica): A REPRESSÃO DOS DIREITOS DAS MULHERES!
A Repressão dos Direitos das Mulheres tinha como objectivo tratar as mulheres como uns meros 'úteros ambulantes'... para que as sociedades ficassem dotadas duma Vantagem Competitiva Demográfica!!!
De facto, quando as guerras eram lutas 'corpo-a-corpo' o factor numérico (número de combatentes disponíveis) era de uma importância decisiva... visto que esse factor era (frequentemente) determinante na decisão das Batalhas (e das Guerras).

Depois, pela necessidade de luta pela sobrevivência, ou pela ambição de ocupar e dominar novos territórios, alguém fez uma nova descoberta extraordinária: O TABÚ-SEXO!
O Tabú-Sexo tinha como objectivo proporcionar uma melhor Rentabilização dos Recursos Humanos da Sociedade!!! De facto, o Ser Humano não é nenhum Extraterrestre: tal como acontece com muitos outros animais mamíferos, duma maneira geral, as fêmeas humanas são 'particularmente sensíveis' para com os machos mais fortes...
Analisemos o Tabú-Sexo:
- a sociedade dificultava o acesso das mulheres à independência económica;
- as mulheres que não casassem eram alvo de crítica social;
[portanto, como é óbvio, as mulheres eram pressionadas no sentido do Casamento];
- não devia haver sexo antes do Casamento;
- as mulheres não deviam procurar obter prazer no sexo;
- as mulheres que se sentissem sexualmente insatisfeitas, não podiam falar nesse assunto a ninguém, pois o desempenho sexual dos machos não podia ser questionado;
- era proibido o divórcio.
Conclusão óbvia: o Verdadeiro Objectivo do Tabú-Sexo eram montar uma autêntica armadilha às fêmeas... de forma a que estas fossem conduzidas a aceitar os machos sexualmente mais fracos!!! Dito de outra forma, o verdadeiro objectivo do Tabú-Sexo era proceder à integração social dos machos mais fracos!!!


P.S.
Os Islâmicos reprimem os Direitos das mulheres - elas são tratadas como uns 'úteros ambulantes' - com o objectivo de obterem uma vantagem competitiva demográfica. Se eles não tivessem sido derrotados em 732 D.C. (em Poitiers), hoje em dia todas as mulheres na Europa andavam com burkas enfiadas na cabeça.
Anonymous said…
Estou triste por constatar tanta ignorância aqui, excepto as palavras Helena Branco.
Num país onde a violência doméstica mata mais do que o cancro, 5 mortes por mês, a "Lura do Grilo" ousa dizer: "...A mulher (do muçulmano) fica sujeita a levar pancada: com regras mas apanha por inerência de esposa...".
Lamento ter que utilizar as frases dos comentadores, mas acho que é o melhor meio para esclarecer erros crassos resultantes da paralisia mental em que se encontra o nosso país do "faz de conta".O cardeal disse, e acho que foi a única frase com alguma sensatez : "Nós somos muito ignorantes, queremos dialogar com muçulmanos e não gastámos uma hora da nossa vida a perceber o que é que eles são. Quem é que em Portugal já leu o Alcorão?" Mas de facto prefiro pensar que esse Senhor Cardeal está com Alzheimer, para não ter que pensar que ele também faz parte do Portugal "dos pequeninos"!
Um Cardeal? um homem de teologia fala nestes termos? Se o Zé povinho nunca leu o Alcorão para entender os muçulmanos, não choca porque povo ignorante não lê! Agora ele, um alto representante da igreja que fala desta forma, só pode é confirmar que se está nas tintas para dialogar com os muçulmanos e ainda mais para ler o Alcorão e que nunca o leu e tem raiva a quem o leu! « Grande » Cardeal!!!!
joshua said…
Penso que até um ateu subscreve a ideia de que é inconveniente, para um acérrimo defensor das liberdades e os direitos dos seres humanos, uma mulher moderna, livre e emancipada, ter de se submeter a um código cultural em honra do seu marido muçulmano que a não promove nem dignifica ou em que pelo menos tais riscos estão francamente em aberto.

A partir daqui sobra a hipocrisia de quem meneia a cabeça condenado quem ousa adressar uma matéria singela e lhana como esta. A mulher europeia pode amar quem quiser. Mas provavelmente não pode ser involuntariamente masoquista.
Anonymous said…
O Munir prudente é. E cuidadoso, também. Tem que ser. Convem. Por isso mesmo esteve tão certo o Policarpo. E nem sou católico. Ele sabe do que fala. Do tal diálogo difícil. Ou mesmo impossível.


Não apreciamos mesmo nada a mesma pessoa. Eu já o ouvi a recomendar leituras à Comunidade de material onde o cinema, a televisão e o teatro infantil são comparáveis à pornografia. E o muezzin dele comparou para o Indie o 11 de Setembro a uma benção de...Allah.
Pois.


No resto, de acordo.


Spartakus.

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